Na 17ª edição do Rock in Rio, que começa no próximo dia 15, a mistura vai ser de ritmos e gerações. Representando a cultura afro-carioca, o Jongo da Serrinha prepara uma apresentação especial para a estreia no festival. O grupo participa do espetáculo Salve o Samba!, que fecha a primeira noite do Palco Sunset e tem como estrelas a matriarca Tia Maria do Jongo e outros grandes nomes do gênero.
Às 20 horas da próxima sexta, o Palco Sunset abre alas para ícones da música no show Salve o Samba!, que presta uma homenagem ao mais brasileiro dos ritmos. Jovens nomes como Roberta Sá e Criolo dividem espaço com Martinho da Vila, Jorge Aragão e Alcione e o Monarco. Entre eles, também vai estar Tia Maria do Jongo, que promete botar todo mundo pra sambar e jongar do alto de seus 96 anos de idade.
– Será uma honra para nós jongueiras participar de um evento que terá milhares de pessoas nos assistindo e conhecendo a arte do jongo. Eu, depois de 96 anos, nunca imaginei que isso aconteceria. Essa mistura de rock, samba e jongo para mim era inimaginável. Mas o bom dos tempos modernos é a valorização da diversidade cultural e musical. Quem pensava que velho não poderia fazer sua estreia no rock ou é ruim da cabeça ou doente do pé, brinca ela.
Tia Maria é uma das fundadoras do Jongo da Serrinha, tradicional grupo criado há seis décadas em Madureira, na Zona Norte do Rio. O grupo promove ações integradas entre cultura, arte, saúde, memória, desenvolvimento social, trabalho e renda. Há 17 anos, o Jongo da Serrinha atua enquanto associação sem fins lucrativos, sempre em parceria com o poder público, privado e instituições internacionais para o desenvolvimento social de populações afro-brasileiras. Agora, ela é uma das estrelas do espetáculo que mostra a representatividade do samba para a cultura nacional no maior festival de música do mundo.
Jongo da Serrinha arrecada recursos na internet
Conectado às novidades e sem perder suas raízes na ancestralidade, o Jongo da Serrinha espera que o encontro do rock com samba possa gerar ainda mais visibilidade para a causa. O grupo está arrecadando doações através da plataforma Benfeitoria para manter os projetos que realiza na Casa do Jongo da Serrinha, espaço cedido há dois anos pela Prefeitura do Rio no Morro da Serrinha e que é ainda hoje o único centro cultural municipal localizado dentro de uma favela.
“O nosso intuito é levar para esse público não tão comum a nós, um pouco da nossa história enquanto dança e cultura. Esperamos que toda essa aparição nos traga recursos para mantermos a Casa do Jongo e seu projetos sociais”, enfatiza a diretora artística Lazir Sinval.