O Dia da Imprensa é comemorado no Brasil em 1º de junho, mesma data em que o Correio Brasiliense começou a circular. Até 1999 a comemoração era feita em 10 de setembro, em alusão à circulação do jornal Gazeta do Rio de Janeiro, de 1808.

A imprensa é chamada de “O quarto poder”, devido à sua grande influência, somada ao Executivo, Legislativo e Judiciário, pilares de um Estado de Direito. Sua função é de fiscalizar os governos e sociedades, a fim de evitar crimes, abuso de autoridade, opressão, ditaduras. Essa missão só pode ser exercida com isenção quando a mídia tem total liberdade de expressão.

O jornalismo tem obrigação de combater às desigualdades sociais e a toda sorte de crimes, sejam ambientais, políticos, criminais, legislativos, etc. Para isso precisa de total liberdade de expressão, direito de manter suas fontes no anonimato e obrigações éticas e morais. A democracia depende da liberdade da imprensa.

Por conta de sua atuação, o papel da imprensa tem sido questionado, combatido, massacrado e anulado. A profissão de jornalista é a segunda mais perigosa. A primeira é policial. O repórter está sempre na linha de combate, na busca pelo furo de reportagem, investigando a sociedade e, principalmente, aos poderes estabelecidos.

Para o equilíbrio das forças é necessário a democratização dos meios de comunicação e fortalecimento dos meios alternativos e da comunicação comunitária. No Brasil, infelizmente, a maioria dos veículos de comunicação está sob controle de algumas famílias, privilegiadas, as mesmas que concentram o poder econômico e político. As narrativas refletem apenas alguns aspectos das notícias, em detrimento da diversidade e pluralidade de fontes e interesses.

O advento da internet trouxe a esperança de novo panorama, em que a produção e veiculação de notícias passariam do domínio de poucos para as mãos de toda a população. Por um lado, o cidadão passou a ter uma ferramenta de extrema importância e intervenção no discurso. Os usos dessa tecnologia, entretanto, tem demonstrado outras facetas, principalmente como disseminadora de informações não confirmadas. Sob o argumento de liberdade de expressão, muitos grupos têm disseminado ódio, intolerância de todo tipo e Faek News.

Para combater esse o mau jornalismo, os mentirosos e os intolerantes, a imprensa séria não pode descansar um minuto. Seu papel ético e de manutenção da democracia, dos direitos humanos e das liberdades são cada vez mais necessários. Sem liberdade de expressão, sem ética e profissionalismo nenhum direito humano se mantém de pé.

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Valdeck Almeida de Jesus
Valdeck Almeida de Jesus é jornalista definido após várias tentativas em outros cursos, atua como free lancer, reconhecendo-se como tal há bastante tempo. Natural de Jequié-BA (1966), e escreve poesia desde os 12, sendo este o encontro com o mundo sem regras. Sua escrita tem como temática principal a denúncia: política, de gênero, de raça, de condição social, de preconceitos diversos: machismo, homofobia, racismo, misoginia. Coordena o movimento “Galinha pulando”, o qual pode ser visto no blog, no site e nas publicações impressas. Este movimento promove anualmente um concurso literário, aberto a escritores(as) do Brasil e do exterior. A poesia lhe trouxe o encantamento, mundos paralelos, as trocas, a autocrítica, a projeção de si e de outro(s), maior consciência de classe e de coletivo. Espera que as sementes plantadas se tornem árvores, florescendo e frutificando em solos assaz diversos. Possui 23 livros autorais e participa de 152 antologias. Tem textos publicados em espanhol, italiano, inglês, alemão, holandês e francês. Participa de vários coletivos da periferia de várias cidades, bem como de algumas academias culturais e literárias.