2018 chega amanhã após um período difícil. 2017 foi um ano pesado, de crises que se espalharam pelos continentes afora – guerra, recrudescimento das negociações mundiais e suspensão de garantias de direitos em diversos países, aumento das ações de força do terrorismo, da apatia de muitos e a sensação de fim do mundo de outros, de não ter nada a perder.
Vivemos um tempo de desamor, de desrespeito, de apontar o dedo , de julgar, de patrulhar. É uma época dura, com muitos acontecimentos que levaram o mundo a um caminho completamrnte diferente do que se tinha imaginado: Macri na Argentina, Trump nos EUA, Kim Jong-un na Coréia do Norte, Putin na Rússia, Bashar al-Assad na Síria, Sebastian Kurz na Áustria, a crise espanhola, Temer no Brasil e por aí vai… Parece até a face do abismo, o Apocalipse!
No Brasil, a corrupção segue entranhada em todas as instâncias governamentais, legislativa e só Deus sabe quais outros setores estão também contaminados. São tempos de mídia comprometida com a fake news como forma de controle das redes sociais, de pouco e caro dinheiro – para muitos, dinheiro nenhum. Tempos violentos, de banalização da morte, de pouca honra, de pouca fé.
E como vai ser? O que devemos esperar do ano que chega? O que vislumbrar? O que esperar dos jovens que estão se estruturando dentro de um quadro cruel que lhe é oferecido? O que aguardar de um país que não lê, que não aprende porque não tem acesso ao conhecimento, de gestores covardes que apostam na ignorância para manter o poder oco, carcomido pela usura, levando jovens e adultos a se enxergarem como cidadãos de valor inferior?
Como tudo que se inicia, 2018 é uma incógnita. O mundo está confuso, pré-convulsionado, mas é na crise que surge o novo, o diferente. É do medo que brota a coragem. É da dor que vem a resistência. É do sacrifício que vem a vitória.
Que o ano que chega com ecos negativos possa ser transformado em um momento de mudanças profundas, produtivas. Que a sociedade possa aprender com as suas feridas expostas. Que os novos gestores e políticos possam estar comprometidos com o bem púbico, que a população possa acordar do sono estratégico, do modo stand by, se erguer e cobrar, através das urnas, a mudança na maneira de agir com aquilo que é de todos. Devemos observar também como nos comportamos uns com os outros.
Que o novo ano traga paz. Sem ela, não há nada, só o caos; que 2018 nos incentive a ajudar a estabelecê-la. Que possamos criar pontes que nos levem a caminhos melhores, mais estruturados, mais humanos, que nos ofereçam a alegria de recomeços, reencontros, aproximações. Que voltemos a compreender a responsabilidade que temos em preservar a nós e ao mundo em que vivemos.
Mas, antes de me despedir, quero deixar meu carinho pela família ANF, família espetacular a qual pertenço, que cresce qualitativamente a cada dia. É um prazer inenarrável compartilhar a vida com esse povo bonito guerreiro, sonhador, louco de amor pela vida e pelo outro. Que 2018 seja de vitórias, encontros, trocas, feijoadas e bailes funk, seminários, encontros, viagens. Que a família cresça, crie belos tentáculos e ajude outras favelas, de outros países, a fazer comunicação democrática, cidadã, comunitária!
Feliz 2018!