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Por Patrick Granja

 No dia 12 de setembro, a militante da Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência, Márcia Honorato, sofreu um atentado no Centro do Rio de Janeiro. Depois de tentarem atropelá-la no final da tarde, um grupo de homens encapuzados a bordo de um veículo cinza teriam tentado executá-la na noite do mesmo dia. Márcia Honorato começou sua vida de luta para denunciar os crimes do Estado em 2005, depois da Chacina da Baixada. Na ocasião, 29 pessoas de um bairro pobre da Baixada Fluminense foram executadas por um grupo de extermínio composto por policiais militares. Márcia passou a ajudar os parentes das vítimas na luta por justiça para os assassinos. Mesmo depois da prisão dos PMs acusados, Márcia entrou para a Rede Contra a Violência e seguiu na luta por justiça para as vítimas da violência do Estado contra o povo pobre. Peregrina das favelas do Rio, hoje ela empenha-se na denúncia dos abusos de policiais militares das Unidades de Polícia Pacificadora contra moradores das favelas militarizadas.

 Em uma conversa na sala da Rede Contra a Violência, Márcia contou a nossa reportagem um pouco de sua trajetória e relatou os momentos de desespero que vivenciou no dia em que sofreu o atentado. Quando perguntada sobre o seu sentimento, Márcia disse que, apesar dos riscos e do medo, alguém precisa mostrar o que está acontecendo, já que o Estado não tem compromisso com a verdade sobre o que acontece nas favelas do Rio. Ela disse também que a responsabilidade por protegê-la é do Estado. Entretanto, Márcia continua sem proteção e correndo risco constante de sofrer um novo atentado.