O deputado federal eleito pela terceira vez consecutiva no Rio de Janeiro, Jean Wyllys, do PSOL, anunciou hoje que está no exterior e não pretende voltar ao Brasil e cumprir seu mandato.
Jean Wyllys, eleito com 24.295 votos anda escoltado desde o assassinato de Marielle Franco, em março de 2018. Desde então, as ameaças de morte ao deputado têm se intensificado cada vez mais. “O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou e homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim”, afirmou o deputado.
Em sua conta do twitter, Wyllys declarou:
“Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé! “
Nessa mesma rede social, Jean recebeu diversos comentários de ódio e de comemorações pela sua ida por parte de simpatizantes da extrema direita. Jean Wyllys foi o primeiro deputado assumidamente gay a trazer à tona as pautas da população LGBT. Segundo o parlamentar, a sua liberdade vem sendo tolhida e, por isso, ele não considera voltar ao Brasil.
Wyllys declarou à Folha de São Paulo que desde a facada que atingiu o atual presidente durante a campanha eleitoral de 2018, as ameaças à sua vida só aumentaram. O ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, disse a Jean que se cuidasse, pois, em suas palavras, “mártires não são heróis”. E foi por isso que o deputado eleito decidiu se preservar. Sobre a causa LGBT, sua principal pauta na Câmara, ele afirma que precisa estar vivo para dar continuidade à luta.