Desde de janeiro deste ano, o governo brasileiro liberou, ao todo, 239 agrotóxicos no país. Nesta segunda feira (24), a decisão de utilizar 42 novos agrotóxicos no Brasil, pelo Ministério da Agricultura, foi divulgada no Diário Oficial da União (DOU). Com isso, levantaram-se questionamentos não só no Brasil como no mundo.
Um estudo feito pela Greenpeace mostrou que a liberação de agrotóxicos para uso em lavouras aumentou 42% desde a posse do presidente Jair Bolsonaro nos primeiros quatro meses de governo em comparação com o mesmo período do ano de 2018.
“O governo pode acatar ainda mais pedidos até o fim do ano. Tudo indica que podemos fechar 2019 como o ano que mais se liberou veneno no país”, afirmou Iran Magno, responsável pela área de Agricultura e Alimentação do Greenpeace.
Ainda de acordo com o estudo, 44% dos produtos liberados são altamente tóxicos e apenas 6% são biológicos. Entre os agrotóxicos liberados, estão alguns que foram banidos na União Européia e outros definidos pelo próprio governo como “muito perigosos para o meio-ambiente”.
Inclusive, o jornal francês “Le Monde” apresentou uma reportagem sobre o Brasil, alertando sobre o impacto na saúde da população com os mais de 200 agrotóxicos liberados pelo governo desde o início deste ano. A matéria relata o caso de Johannes Cullberg, dono de uma rede de supermercados na Suécia que rejeitou os produtos brasileiros devido a quantidade de agrotóxicos presente nos mesmos, episódio que gerou alarde nas redes sociais e viralizou com a hashtag #boycottbralizianfood.
A ministra Tereza Cristina se pronunciou em uma audiência pública na Câmara dos Deputados no dia 22 de junho, afirmando que a aprovação dos novos agrotóxicos é técnica e que, em governos anteriores, “processo ideológico” barrava a aprovação desses produtos em resposta aos deputados que pediram a audiência.