O Ministério Público Federal deu cinco dias a partir desta terça-feira, 10, para o governo explicar a redução dos beneficiários do Bolsa Família na região Nordeste, desde a posse de Jair Bolsonaro na presidência da república. E quer receber também as planilhas do programa por estado para medir o tamanho da discriminação aos habitantes da região que votou maciçamente (69,7%) no candidato petista Fernando Haddad.
No primeiro mês deste ano do total de novos benefícios concedidos pelo Bolsa Família apenas 3% contemplaram o Nordeste, que também se ressente de 2,2% do total de empréstimos da Caixa Econômica Federal neste governo. Caso não atenda à determinação do Ministério Público, sera aberto processo contra o responsável pelo programa social de maior alcance do governo federal, o ministro da Cidadania, Onix Lorenzoni.
Na semana passada, o senador Tasso Jereissati, do PSDB cearense anunciou o provável rompimento dos governos nordestinos com o Palácio do Planalto em consequência das perseguições denunciadas pela imprensa. A bancada nordestina no Congresso Nacional é formada por 151 dos 513 deputados e 27 dos 81 senadores, com poder de barganha e pressão forte para atrapalhar a tramitação dos projetos governistas nas duas casas.