Profissionais da saúde de São Paulo – médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem – têm sido hostilizados e até agredidos em locais públicos, como estações do metrô, pontos de ônibus e mesmo calçadas que percorrem a caminho do trabalho.
Tudo por causa da roupa branca que os denuncia e faz população ter medo de contágio. Uma senhora empurrou pelas costas uma enfermeira que aguardava condução e ao ser encarada fez o sinal da cruz, com cara de poucos amigos. Outra profissional quase foi atingida por uma marmita atirada do andar de cima na estação Paraíso do metrô:
“Estava de branco na estação esperando o trem quando jogaram uma marmita em mim. Eu estava mantendo distância de mundo já”.
Uma turma de técnicos deixando o plantão na Beneficência Portuguesa foi impedida de entrar no vagão do metrô na estação Vergueiro por um grupo de pessoas. Este tipo de comportamento assusta os profissionais da saúde, que temem não ter segurança para ir e vir do trabalho. Alguns hospitais estão permitindo que eles vão sem roupa branca, mas a situação tende a se agravar com o avanço comunitário do coronavírus.