Saudades do tempo em que só o Zorro tinha máscara

Johnny Depp no papel de Donald Trump roubando o mundo na pandemia - Foto divulgação

Quer saber o que o governo dos Estados Unidos faz com todo o material confiscado pelas suas forças armadas no portos e aeroportos do mundo, como aconteceu com os 600 respiradores artificiais encomendados pelo Consórcio Nordeste brasileiro à China?

Bom, primeiro é preciso saber que este equipamento que Donald Trump disse com todas as letras que não quer nas nossas mãos porque precisa dele é desviado para os Estados Unidos graças ao abuso do poder econômico. Oferecem duas, três e até quatro vezes o preço acertado com o comprador original (o governo baiano) e arrematam tudo. Os chineses também amam dólares.

Quando chegam ao território americano, estas cargas são distribuídas aos postos de saúde, hospitais, centros comunitários? Nada disso, elas são entregues de mão beijada a empresas particulares que as vendem a hospitais, municípios e estados. Existirá dinheiro mais fácil?

Pode parecer que não, mas existe: o dinheiro que a iniciativa privada doa a campanhas eleitorais dos seus candidatos favoritos e que terá retorno líquido e certo durante sua administração presidencial de quatro anos na Casa Branca. Se der tudo certo, a reeleição é garantida por mais rios de dinheiro e outro período de lucro fácil.

Por isto os Estados Unidos mantêm guerras localizadas em boa parte do mundo e se empenham em golpes de estado como o brasileiro, em 2016. O sonho americano, que já foi de prosperidade, oportunidade, felicidade, serve apenas para um grupo bilionário exclusivo que trata Trump por “Don” e telefona para ele quando precisa.

Desde sempre na história da república americana, a diplomacia é exercida por amigos do presidente e geralmente são embaixadores empresários financiadores da campanha, com interesses óbvios e imediatos nos países onde vão “servir”. Tempos atrás recorreram à Suprema Corte do país – espécie de STF onde se fala inglês – contra a contribuição de empresas a campanhas, distorção evidente da vontade popular. A Corte recusou a proposta com o singelo argumento de que a Constituição não permite distinguir entre o cidadão John Smith e a Coca Cola, num exemplo fictício mas claro do pensamento vigente por lá.

Outro grupo entrou na justiça para impedir que servissem pizza nas escolas, com o argumento de que a merenda tem de conter vegetais obrigatoriamente. Perdeu para uma rede de pizzas cujos advogados conseguiram convencer a justiça de que o tomate do molho na pizza é de origem vegetal, portanto…

A mentalidade americana é esta, os homens de negócios mandam e fazem do estado seu instrumento para ganhar mais dinheiro, sem nenhum escrúpulo. Trump é a voz deles quando afirma que não quer ninguém com as máscaras de que seu país precisa.

Precisa mesmo, pergunto, ou está apenas entregando o butim às empresas privadas para vender por preços inflacionados e humanitariamente imorais? O governo dos Estados Unidos não tem interesse algum no que acontece à saúde dos moradores do seu quintal, exceto quando ameaça seus lucros, como no pré-sal, na Embraer e em outras propriedades brasileiras entregues a ele.

Por isto o presidente do Brasil é Jair Bolsonaro, que bate continência à bandeira americana e gritou ao Trump, quando passava ao largo, “I love you!”. Por isto duvido que ele volte a aparecer em público de máscara, já deve ter mandado a sua pela FAB como contribuição ao esforço de Trump para vencer a “gripezinha” na terra dele.

A morte de centenas, milhares, possíveis milhões de brasileiros não afeta em nada Bolsonaro; na realidade, ele anseia por isso, uma mortandade épica que a ditadura não promoveu e, por isto, a esquerda tomou o país e instalou uma república socialista. Acredite se puder!