Ao mesmo tempo em que o Ministério da Saúde divulga o novo recorde nacional de 553 mortos e 12.056 contaminados na pandemia do Covid19 no país, o titular da pasta, Luiz Henrique Mandetta, está no Palácio do Planalto em reunião convocada pelo presidente Jair Bolsonaro com todo o ministério em que a sua cabeça seria oferecida na bandeja em mais uma demonstração de força.
Repórteres que fazem a cobertura política em Brasília apontam a coincidência do horário de 17 horas da reunião palaciana com o balanço diário da pandemia na Saúde como obstáculo à participação de Mandetta, mas o ministro decidiu comparecer. Funcionários contam que ele deixou o prédio sem fazer previsões sobre o que acontecerá. Alguns assessores arrumam gavetas no ministério.
No final da tarde os ministros Onxi Lorenzoni, da Cidadania, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, receberam telefonema do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, do mesmo partido de Mandetta, rechaçando a possível demissão. Na entrada do prédio do ministério, quase 200 servidores aguardam para receber Luiz Henrique Mandetta com uma salva de palmas pelo seu desempenho na Pandemia.
A expectativa é de manutenção de Luiz Henrique Mandetta na pasta da Saúde, mas um obstáculo parece intransponível: a personalidade do presidente Bolsonaro, convencido de que o ministro age contra ele de maneira pessoal. Assim, é difícil prever por quanto tempo Mandetta está disposto a suportar a guerra de difamação e fake news nas redes sociais bolsonaristas.
Observação: Por volta das sete da noite, a reunião terminou no Palácio e a permanência do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi confirmada. Líderes políticos lamentaram o “desperdício de tempo” desta segunda-feira, que atrasou para amanhã, 7, entrevista na Caixa Econômica Federal sobre o pagamento do auxílio aprovado de R$ 600 à população.