Mandetta não deixa Wanderson sair: “Entramos juntos, saímos juntos”

Wanderson e Mandetta na coletiva desta quarta-feira - Foto espiaqui

A recusa do ministro Luiz Henrique Mandetta em aceitar o pedido de demissão do Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, anunciada no fim da tarde de ontem, 15, pelo próprio chefe, mostra que Mandetta manterá a equipe inteira até a sua demissão, que pode acontecer ainda hoje, 16.

Na entrevista que deu ontem, o ministro deixou claro que está saindo do governo por divergência com o presidente da república no enfrentamento à pandemia. Ele defende o isolamento social mantido até agora e Bolsonaro quer o isolamento de idosos e demais grupos de risco apenas, com o retorno do país às atividades normais.

Wanderson Oliveira é apontado o principal formulador da política nacional de combate ao coronavírus, e aparece ao lado do chefe na coletivas de imprensa nos momentos mais importantes. Com receio de ver os trabalhos descontinuados, auxiliares de Mandetta deram ordens à equipe para que acelerem a publicação de trabalhos técnicos que já estejam em fase de finalização para no máximo hoje, 16. Este também é outro indício da iminente mudança ministerial.

Mandetta vende caro a saída do governo, cacifando a possível candidatura ao governo de Mato Grosso do Sul, e não a presidência da república, como imagina Bolsonaro. Político regional, Mandetta não tem como se lançar numa aventura maior, como se viu nas últimas eleições, em que se tornou deputado federal pela segunda vez. Seu desempenho na Saúde deve ser creditado mais à sua formação médica do que a qualquer outro fator, e é isso o motivo do respeito da equipe.