As mulheres são os pilares em torno dos quais se mantém a estrutura familiar nessa sociedade. Na periferia, com as mulheres negras, ainda mais pelo cenário de vulnerabilidade e o genocídio do povo (em sua maioria homens) negro. Seja pelo machismo estrutural que retira dos homens a obrigação de dividir as responsabilidades do lar, seja pela ausência, intencional ou não, da figura física masculina, sempre resta à mulher a missão de seguir com o jogo.
Desde os tempos remotos, na ausência masculina são as mulheres que juntam os cacos, reorganizam tudo e tocam o barco, quando o contrário não ocorre. Se falta o pai, a mãe reorganiza tudo e segue com os filhos. Se falta uma mãe, certamente aparecerá uma avó para suprir essa lacuna. Queria saber qual a lógica da frase “sexo frágil” quando de frágil elas não tem nada. Sua resistência diária de viver e sobreviver nesse mundo machista é a maior prova.
Todas as palavras, por mais lindas que pudessem ser, mas não são, seriam poucas para materializar qualquer homenagem que nós homens podemos fazer às mulheres em mais um 8 de março. A melhor homenagem é o engajamento na luta pelos direitos femininos, pela igualdade de direito entre os gêneros e contra o patriarcado.
Não cabe mais darmos somente flores e bombons, quando o que elas querem é direito e respeito. Não podemos dar o que achamos que elas querem, devemos perguntar a elas o que realmente querem! E nos adaptar, adaptar o que a gente deseja proporcionar ao que elas realmente querem receber. Chega da figura da mulher frágil que quer ser cuidada, caminhemos rumo à figura da mulher livre, dona dos seus direitos, e claro, do seu corpo. Afinal, elas já disseram, “meu corpo, minhas regras”.
“Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha, minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser”
-Renato Russo