“Lutar contra o fascismo não é radical, é necessário” – escreve o site DayAgainstFascism.eu, que atesta a importância da luta e organiza campanhas antifascistas na Europa. A data 9 de novembro foi estabelecida pelo Parlamento Europeu como Dia Internacional contra o Fascismo e o Antissemitismo, a fim de combater a intolerância e os discursos autoritários dentro dos países da União Europeia.
O dia foi escolhido devido à sua carga histórica: em 9 de novembro de 1938, ocorreu a “Kristallnacht” (Noite dos Cristais) na Alemanha, que representou os primeiros passos da perseguição aos judeus pelos nazistas. A data ficou assim conhecida devido à imensa quantidade de vidros quebrados que cobriam as ruas nas cidades. Nesta noite, tropas alemãs destruíram mais de 8000 casas e lojas judias, incendiaram sinagogas e atacaram judeus por todo o país.
Após esse ato de perseguição, as autoridades não se manifestaram contra os ataques: o Holocausto tomava forma. A discriminação e exclusão aos judeus tornou-se uma política responsável pelo extermínio de 6 milhões, além da tortura e prisão de um número ainda maior. Além disso, o regime nazista também aprisionou em campos de concentração aqueles considerados subversivos e ameaçadores do estado, como opositores, comunistas e minorias étnicas das regiões dominadas.
As Leis de Nuremberg, propostas em 1935, já haviam determinado o antissemitismo nos códigos alemães. Sob o discurso de defesa da “honra e do sangue alemão”, os semitas tiveram sua cidadania violada pela própria lei nacional. Nesse sentido, é importante perceber que toda essa barbárie foi determinada legalmente e que grande parte da sociedade alemã também participou e compactuou com as ações de intolerância. O discurso de ódio e a propaganda nazifascista, que propagou preconceitos por toda a Europa, foram instrumentos necessários para a ocorrência desse genocídio. Dessa forma, a luta contra o fascismo não pode ser nunca relativizada. É necessário combatê-lo em sua origem, em sua raiz.
Em tempos em que se percebe a replicação de discursos preconceituosos e opostos aos direitos humanos, é preciso olhar para o passado. E não só no dia de hoje. Porque não se pode esquecer tudo o que foi realizado em nome do progresso, em nome da defesa da família e em nome da pátria. Não se pode relativizar todo o extermínio realizado por regimes fascistas até o dia de hoje. Não se pode esquecer todas as barbáries cometidas. E principalmente, não se pode permitir que elas sejam realizadas novamente.