O Instituto Pretos Novos recebe o jornalista e pesquisador Laurentino Gomes para a turnê de lançamento e sessão de autógrafos do terceiro e último volume da trilogia Escravidão, amanhã, 12 de julho (ter), às 16h30.
A obra, publicada pela Globo Livros, é sequência dos volumes anteriores e se desdobra sobre o profundo e definitivo impacto da escravidão na formação do país e da sociedade brasileira. Escravidão – Da Independência à Lei Áurea, é dedicado ao século XIX, desde a Independência, passando pelos Primeiro e Segundo Reinados; ao movimento abolicionista, que resultou na Lei Áurea de 13 de maio de 1888; e ao legado da escravidão, que ainda hoje emperra a caminhada dos brasileiros em direção ao futuro. Com mais de 500 páginas e 29 capítulos ricamente ilustrados com imagens, mapas e tabelas, o último volume de Escravidão segue o estilo da série, caracterizado por um texto jornalístico fluido, de leitura acessível, e reúne na forma de ensaios e reportagens, as observações e conclusões reunidas pelo autor ao longo de seis anos de viagens, leituras e pesquisas.
Para Laurentino, a situação de 1882 permanece até hoje, dois séculos depois da Independência. “Sem acesso à educação, moradia, saúde, renda e condições dignas de vida, a população afrodescendente brasileira foi abandonada à própria sorte, marginalizada, explorada sob formas disfarçadas de trabalho forçado e mal remunerado” – destaca o autor. O jornalista, que já esteve no IPN durante o lançamento do primeiro livro da trilogia, comenta sobre a emoção de voltar ao Museu para esse encontro de encerramento. ”Na vida existem grandes momentos de transformações, realizações, inícios e fechamentos de grandes ciclos; e foi exatamente o que aconteceu comigo nessa trilogia da história da escravidão no Brasil. Considero que é a obra mais importante que fiz até hoje e, provavelmente, farei em toda a minha vida. Estar neste espaço é uma coisa muito simbólica, é um ritual mesmo de começo e de fim de um ciclo importantíssimo que envolve a reflexão de um assunto tão fundamental para entender o Brasil de hoje em lugar tão significativo quanto o IPN”.
A diretora do Instituto, Merced Guimarães dos Anjos, atenta para a necessidade desse encontro. ”Receber o Laurentino aqui no Instituto é muito importante, porque é um trabalho que fala desse crime contra a humanidade e são ainda poucos os Laurentinos que aparecem. Precisamos de mais pensadores como ele que nos ajudem a contar essa história. A recém inaugurada exposição permanente do Museu Memorial Pretos Novos, com a curadoria de Marco Antonio Teobaldo, tem a colaboração de Laurentino com textos que formam a sua pesquisa sobre a escravidão.”, conclui.
Sobre o autor
Paranaense de Maringá e sete vezes ganhador do Prêmio Jabuti de Literatura, Laurentino Gomes é autor dos livros 1808, sobre a fuga da corte portuguesa de dom João para o Rio de Janeiro (eleito Melhor Ensaio de 2008 pela Academia Brasileira de Letras); 1822, sobre a Independência do Brasil; e 1889, sobre a Proclamação da República, além de O caminho do peregrino, em coautoria com Osmar Luduvico da Silva – todos publicados pela Globo Livros. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, com pós-graduação em Administração pela Universidade de São Paulo, é titular da cadeira de número dezoito da Academia Paranaense de Letras.
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