Eles reivindicam o julgamento de um recurso que impede remoção de 280 famílias

Moradores protestam em frente ao Fórum/Foto:André Muzell

Por Mariana Costa

Ameaçados de despejo por uma ordem de reintegração de posse, moradores da Vila Taboinha, em Vargem Grande, na zona oeste do Rio, fazem um protesto na tarde desta quarta-feira (18), em frente ao Tribunal de Justiça, no centro da cidade.

Eles reivindicam o julgamento de um recurso que, na prática, pode impedir o despejo de 280 famílias que vivem na comunidade.

A Vila Taboinha, que fica na Estrada dos Bandeirantes, 29.503, terá que ser removida porque a empresa proprietária do terreno obteve uma decisão liminar determinando a reintegração de posse em 48 horas.

No último dia 9, oficiais de justiça e policiais militares do Recreio (31º BPM) e do Batalhão de Choque estiveram no local para cumprir a decisão judicial. A negociação com os moradores se estendeu por pelo menos dez horas e houve tensão após o lançamento de bombas de gás lacrimogêneo na direção dos moradores.

A Secretaria de Habitação da Prefeitura do Rio prometeu cadastrar as famílias e pagar Aluguel Social de R$ 400 por pelo menos três meses, mas os moradores argumentam que não há imóveis disponíveis para alugar por esse preço na região.

A desembargadora que foi autora de uma liminar favorável à permanência da comunidade mudou sua decisão alegando falta de documentos no processo, entre eles, os que provam que os moradores foram intimados. Estes, por sua vez, argumentam que não foram sequer citados no processo e que, portanto, não tiveram como se defender.

Representante dos moradores, Alessandra da Silva relata que a comunidade tem vivido momentos de tensão e conta que oficiais de justiça e policiais militares voltaram à favela dois dias após a primeira tentativa de remoção para demolir “puxadinhos” em cinco residências.

– Todos estão com medo. Nesse dia, apreenderam as câmeras de dois repórteres que filmavam tudo. Fizeram um grande circo. Estamos com medo, não dormimos à noite. Estamos nos revezando: enquanto um grupo dorme, outro vigia o acesso.

Fonte: http://noticias.r7.com