*Aldir J. Gomes
O grande projeto portuário do Açú, em São João da Barra, no norte do estado do Rio de Janeiro, promete trazer uma grande revolução e desenvolvimento para toda a região, mas os erros do passado com os investimentos na área petrolífera estão aí para os políticos e empresários aprenderem e não repetirem os mesmos erros.
O Açú trará muito dinheiro, investimentos chineses e oportunidades de emprego, numa injeção bilionária, com grandes empresas nacionais e internacionais, que gerava só até janeiro de 2010 cerca 150 empregos diretos, que aumentarão muito ao longo do tempo e que será construído numa área total de 7.800 hectares, além da construção de um grande estaleiro em Barra do Furado, em Quissamã.
As cifras envolvidas com esse mega projeto giram em torno dos bilhões, estaleiros de empresas como Hyundai e Apple estão sendo esperados para o local. O dinheiro chegará até as prefeituras e ao governo do estado, mas esses precisam, necessitam e tem a obrigação de colocar os repasses em benefício da população, meio ambiente e qualificação profissional.
O crescimento populacional, de empregos, de arrecadação e de problemas é vertiginoso no norte fluminense desde a popularização da indústria do petróleo e gás, mas administrações municipais e estaduais em diversas épocas visando o lucro pessoal com diversas irregularidades e má utilização dos royalties, indenização paga pela Petrobrás aos estados e municípios produtores de petróleo pelo impacto causado pela produção, fez com que a população agonizassem e se amontoassem sem nenhuma estrutura ou perspectiva.
As cidades cresceram e crescem sem infra-estrutura de habitação, vias, saneamento básico, qualificação, entre outras coisas. A promessa de emprego trouxe para cidades como Macaé e Campos, muita gente de outras cidades e até estados, mas ao chegarem sem a qualificação necessária e sem a perspectiva de encontrarem algum local para poderem conseguir o sonhando curso profissionalizante, fez com que pequenas cidades como Macaé, outrora uma pequena cidade pesqueira, se tornasse uma das cidades mais violentas do estado, com graves problemas sociais e estruturais.
Cada vez mais poucos com muito e muito com tão pouco. Os exemplos estão aí, será muita incompetência de nossos administradores e de nós mesmos permitir que os mesmos erros do passado se repitam, que transformemos mais um pacato município do interior em uma cidade desenfreada e com os mesmos problemas de grandes metrópoles em larga escala.
O super Porto do Açú já é realidade, e junto com essa megalomaníaco projeto, tudo que envolve ele será igualmente “super”, e uma delas é o desafio, o super desafio de não desperdiçar mais essa chance que o interior fluminense receberá e não deixar que se tornem um super problema.