“Oxe! Hoje é o dia mais arretado do ano, “minino”! Feliz dia dos Nordestinos!”

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A história do ilustre poeta Patativa do Assaré.

Neste sábado, 8, é comemorado o Dia do Nordestino. Data criada e oficializada pela lei nº 14.952, de 13 de julho de 2009, na cidade de São Paulo, em homenagem ao ilustre poeta, compositor e cantor cearense Antônio Gonçalves da Silva, conhecido como Patativa do Assaré.

Patativa do Assaré (1909 – 2002), natural de Assaré município do interior do Ceará, nasceu no dia 05 de março, filho de família humilde que viviam da agricultura de subsistência. Se casou com Belinha, com quem teve nove filhos e faleceu em 08 de julho, na mesma cidade onde nasceu.

Quando criança ficou cego do olho direito em virtude de sarampo (doença infecciosa grave). Aos oito anos com a morte do pai passou ajudar sua família no cultivo, somente aos doze anos frequentou à escola por poucos meses. Com condições inatas, começou a fazer repentes e nos festejos importantes da cidade ele se apresentava. 

Por conta disso, ele recebeu o pseudônimo de Patativa, isso graças a sua poesia ser comparada à beleza do canto dessa ave. A partir dos vintes anos nasceu o Patativa do Assaré, fenômeno da poesia popular nordestina, seu trabalho se distinguiu pela marcante característica da oralidade, além dos seus poemas serem guardados na memória, para depois serem recitados. 

Através da sua simplicidade e linguagem poética, contou em sua obra a vida do povo sertanejo, suas dores e lutas. Publicou 12 livros de poesia, o seu primeiro livro, Inspiração Nordestina, de 1956, incentivado por José Arraes de Alencar que se encantou com o seu talento. Esse livro teve a segunda edição em 1967, e passou a se chamar Cantos do Patativa.

O poeta compôs 14 poemas, mas a fama só foi alcançada nacionalmente com o poema a Triste Partida, musicado e gravado por Luiz Gonzaga, em 1964: “Setembro passou, com oitubro e novembro, Já tamo em dezembro. Meu Deus, que é de nóis? Assim fala o pobre do seco Nordeste, Com medo da peste, Da fome feroz. […]

O sucesso de Patativa do Assaré, foi para o teatro. Ele se apresentou no Teatro Jose de Alencar, sob a produção artística do amigo Raimundo Fagner, que editou o show e a CBS lançou o LP, Poemas e Canções. 

Em 2007, o cineasta Rosemberg Cariry, produziu o documentário Patativa do Assaré – Ave ou Poesia, o qual representou a saga do poeta. 

A fama do poeta também foi apresentada pela Cia. do Tijolo, que retratou sua vida em Concerto de Ispinho e Fulô, peça que deu a William Guedes o Prêmio Shell de Teatro em 2009, na categoria de melhor música. Além disso, contou sobre a vida do poeta na peça Cante Lá que Eu Canto Cá!

Em 2009, o poeta recebeu uma homenagem especial pelo seu centenário. O projeto Patativa do Assaré Encanta em Todo Canto, com um caminhão percorreu 95 municípios do Ceará com o objetivo de difundir a poesia popular.

Nesse contexto recebeu diversas premiações, títulos e homenagens, foi nomeado por cinco vezes Doutor Honoris Causa, título concedido pelos Centros Universitários do Brasil, os quais indicam como fonte de estudados para dissertações e teses.

Patativa do Assaré, o poeta matuto que falava a linguagem popular e criava poemas com erros gramaticais, conquistou honrosamente o mundo. Em uma das suas frases Patativa do Assaré resume: “É melhor escrever errado a coisa certa do que escrever certo a coisa errada”.