Encontro de turmas de bate-bola vai sacudir o Madureira de Portas Abertas
Estreia no próximo sábado, 15 /10, com atrações simultâneas em todo o bairro, das 11 da manhã até a madrugada.
Contemplada no edital do programa Zonas de Cultura, da Secretaria Municipal de Cultura, a Turma Luxúria, de Rocha Miranda (bairro que faz parte da Grande Madureira), vai promover esta ação.
“Convidamos mais de 30 turmas. De São Gonçalo à Baixada, passando pelas zonas Norte e Oeste. Os vizinhos da Turma dos Feras (Madureira), Esquadrão Suicida (Rocha Miranda), Bolo Doido (Muquiço), Turma do Índio (Guadalupe) e Amizade (Marechal Hermes) já confirmaram presença”, conta o líder Rafael Crispim.
A história é boa. Começa em 2012. Por motivos de família, a turma de bate-bolas da qual Rafael e seu amigo Afonso faziam parte, foi extinta. Os dois então tiveram a ideia de criar a sua própria turma, com o pessoal do bairro de Rocha Miranda. Na hora de escolher o nome, Afonso argumentou que o Luxo, para ele, era a característica mais chamativa de um bate-bola, e sugeriu, por isso, o nome de… Luxúria!
Só no encontro seguinte alguém ponderou que Luxúria, na verdade, se tratava de outra coisa (pecado capital). Mas aí já não tinha jeito. A Turma Luxúria já tinha caído no gosto do pessoal.
Já se passaram dez anos, e a turma segue atuante na missão de promover a cultura bate-bola.
“A cultura do bate-bola ainda é desconhecida de uma parcela da população carioca. Quem sabe, por exemplo, que existem duas modalidades de bate-bola: ‘Bola e Bandeira’ e ‘Sombrinha e Enfeite de Mão’? Algumas vezes fazemos ações na zona Sul, e o pessoal acha que estamos indo desfilar na Sapucaí. O bate-bola ainda tem que vencer muitos preconceitos. Esse evento vai contribuir para isso: para divulgarmos nossa arte, nossa cultura. Quem tem preconceito pode nos observar de outra forma. Vai ver a criançada, alegre, em volta da gente. Uma energia boa, contagiante”, comenta Crispim, finalizando: “Como bate-bola é bom!”
Além disso, envolve toda uma cadeia de profissionais. É o sustento de muita gente. “Meu, inclusive, que vivo exclusivamente de bate-bola há quatro anos. Mas olha só quanto trabalho tem envolvido: desenhista, arte finalista, serigrafista, costureiro, aderecista, sapateiro. Cultura gera alegria mas também emprego e renda.”
Para quem quiser curtir, o cortejo começa a partir das 13h30, na Arena Carioca Fernando Torres (portão 4 do Parque Madureira Mestre Monarco), seguindo para o portão 3, onde acontece o Sarau de escritores suburbanos do Rolé Literário, e também Teatro Lambe Lambe e Escola de Samba Mirim, depois vai pra Praça Paulo da Portela, onde o Agbara Dudu celebra seus 40 anos de vida, e finaliza no Viaduto de Madureira.
Não perca este festival de alegria, beleza e cores. E viva a cultura bate-bola!