O Comitê da Ação da Cidadania da Bahia realizou na sede do Sindpetro, em Salvador, um encontro de avaliação e planejamento. A roda de diálogo “Não existe Democracia de barriga vazia” marcou o Dia Mundial da Alimentação.
O encontro que aconteceu no último domingo, 16, contou com a presença do agroecólogo Claudio Lisboa, da Federação dos Agricultores Familiares e Empreendedores Rurais da Bahia (FAFER-BA) e do Coletivo Banquetaço-BA, que enfatizou a alimentação como direito humano essencial. “O alimento vem da agricultura familiar, o agronegócio produz para exportar, só gera commodities. A sociedade é induzida consumir produtos ultra processados, sem valor nutritivo, sem qualidade”, denuncia.
Composto por entidades representativas de comunidades urbanas e rurais de pequenos produtores, mulheres, lideranças de terreiros de candomblé, sindicalistas, pessoas com anemia falciforme, quilombolas e familiares de LGBTQIA+, o coletivo promove ações educativas e distribuição de cestas básicas.
Nos últimos três anos, com os efeitos sociais da pandemia da Covid 19, o comitê distribuiu mais de dez mil cestas de alimentos, arrecadadas através de doação de parceiros. A intenção é prestar apoio às famílias impactadas com a fome e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental sustentável através de oficinas
de capacitação e troca de experiências.
No encontro foram sugeridas propostas para o controle social das políticas públicas como a saúde e a merenda escolar, além de ações para o combate a fome e incentivo à agricultura familiar através de políticas que garantam o direito à alimentação de qualidade, sem agrotóxicos.
Mara Abade, liderança do Quilombo do Engenho da Ponte, em Cachoeira, chamou atenção para a união do coletivo, que fortalece iniciativas das comunidades na luta pela sobrevivência e por direitos. “O capitalismo está nos adoecendo, temos de produzir com consciência, sentimento, respeito à natureza.” afirmou. Ela defendeu a mobilização social para recuperar direitos já conquistados e que são desrespeitados, como uma estratégia de combater à fome e os crimes ambientais.
Mobilização contra a fome
Criada em 1993, pelo sociólogo Herbert de Souza, Betinho, a Ação da Cidadania visava sensibilizar a sociedade e os governos na busca de soluções para a fome e a miséria, se transformando em movimento social relevante, reconhecido internacionalmente com a Campanha Natal sem Fome.
De lá para cá, os indicadores sociais apontam um agravamento da situação, que reinseriu
o Brasil no mapa da fome no contexto mundial. Desde 2019, com a extinção pelo governo federal do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), os Comitês da Ação da Cidadania em todo o país intensificaram sua articulação em defesa de famílias que vivem em territórios vulneráveis.
Em 2022, o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Brasil, elaborado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) revelou que apenas 41,3% dos domicílios pesquisados estavam em situação de segurança
alimentar; 58% encontravam-se em insegurança alimentar, dos quais 15,5%
conviviam com a fome.
O Comitê Ação da Cidadania Bahia recebe doações através do perfil @aparadaefome_bahia no instagram
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