Dizem nos bares e restaurantes de Brasília que Jair Bolsonaro prepara uma derradeira surpresa para os dias finais de seu mandato, o que pode não ser ameaça de coisa alguma, mas pode ser também o circo em chamas, tudo depende da índole mercurial do capitão. Fato é que ele tem dado demonstrações de desequilíbrio emocional e sinais cada dia mais evidentes de instabilidade, ora absorto em pensamentos e alheio a tudo ao redor, ora irritável diante de qualquer contrariedade.”
Consta que a equipe que zela pela sua saúde deu ordens expressas de não deixá-lo ver notícias sobre Lula e muito menos seu discurso no COP-27, no Egito, em que deitou e rolou com autoridade conhecida e reconhecida de defensor do desenvolvimento sustentável para manter a vida no planeta. Mais uma vez, o presidente eleito brasileiro deixou claro que a principal poluição é a da vida humana, que o mundo exige uma nova ordem na qual sejam contemplados todos os povos e cada pessoa deste planeta louco que já ultrapassa sete bilhões de habitantes.
Mas enquanto Lula discursa lá fora, dentro das suas fronteiras, bem debaixo dos nossos narizes, senhoras desfilam numa paródia de marcha de caserna e ameaçam pôr abaixo a nossa ordem interna já tão ameaçada por forças econômicas e políticas daqui e de fora. São as representantes das antigas marchas da família com Deus pela liberdade, dos idos de 1964, o ano que não acabou, para elas, seus maridos, seus convivas e comparsas. É patético o espetáculo patrocinado por essa gente às portas dos quartéis até ontem inexpugnáveis guardiães da ordem.
Eu escrevi “patrocinado”? perdão, foi ato falho. Quem financia essas manifestações ilegais, antidemocráticas e desafiadoras são os mesmos segmentos que enxergam até hoje comunistas debaixo da cama e ameaças à tradicional família brasileira nas paradas do orgulho gay. São exemplares pré-históricos da nossa rica fauna, absolutamente fora de contexto e anacrônicos nesses tempos de casais homoafetivos, nossas cantoras mais populares deixam viúvas e filhos adotados, quando não gerados no próprio útero.
Para essa gente, francamente não vejo solução, senão enviá-las para casa com razoável suprimento de clonazepan a ser administrado três vezes ao dia, a última coincidindo com o Viagra do marido militar. Quanto ao capitão, bem, esse é caso perdido, disse a junta médica.