O ministro das Comunicações, Fábio Faria, foi exonerado na edição desta quarta-feira do Diário Oficial da União, sem choro nem vela, “a pedido”, segundo a portaria de Bolsonaro. A última aparição pública de Faria foi ainda durante a campanha do segundo turno, quando ele acusou a não veiculação de milhares de spots de propaganda de rádio do candidato à reeleição. A denúncia-bomba não funcionou porque o Tribunal Superior Eleitoral exigiu a apresentação de provas, ao que Faria respondeu que era só consultar as planilhas das emissoras no Google e constatar a não veiculação da propaganda.
Diante do argumento de que ao acusador cabe provar a acusação, o ministro ainda esperneou contra a falta de interesse do tribunal, e aí o assunto foi definitivamente esclarecido pelas coligações, que assumiram a responsabilidade pela fiscalização da propaganda enviada por elas às emissoras para veiculação. E para acalmar os ânimos, adiantaram ao indignado ministro que muitas das emissoras apontadas por ele como faltosas estão fora do ar há muito tempo, bem antes da propaganda eleitoral obrigatória do TSE.
Pegou mal a denúncia ministerial porque partiu precisamente das Comunicações, que deveria saber bem dessa situação e preferiu jogar para a galera, embarcando na fake news mais furada daquela semana. Seu objetivo final era o adiamento das eleições dando mais tempo para manobras de bastidores do comitê central bolsonarista e foi a última tentativa de atrapalhar a disputa que caminhava para a vitória de Lula desde o começo.
A poucos dias do final do ano e da posse do novo presidente no primeiro dia do ano, os bolsonaristas estão se acalmando, à exceção dos obstinados e do núcleo duro da conspiração golpista, que inclui o candidato a vice, general Braga Neto, o chefe do GSI, general Augusto Heleno, e outros menos influentes. O próprio Bolsonaro, a essa altura, sente que deve desmobilizar os acampamentos que insistem em desafiar as condições adversas da meteorologia, agora até despejando raios sobre as cabeças das pessoas no QG do Exército em Brasília.
Maldosamente, comenta-se que os coronéis e generais residentes no Setor Militar Urbano orientaram suas esposas a não aparecerem mais no acampamento, mas alguns não estão com essa bola toda e as patroas continuam firmes exigindo sua intervenção já!