Polo Hip Hop em Recife celebra 20 anos com música e representatividade

Polo Hip Hop em Recife comemora 20 anos com edição especial na semana pré-carnavalesca, em evento que acontece nesta terça-feira (14), a partir das 18h, no Cais da Alfândega, Bairro do Recife.

A programação será uma vitrine para artistas locais promovendo os elementos de um movimento que há 50 anos revoluciona as periferias do mundo e há duas décadas, o Polo Hip Hop fortalece e dissemina o movimento Hip Hop pernambucano.

Rap, Grafite, Breaking, Batalha de Conhecimento estarão representados na programação que apresenta uma mostra do potencial artístico de jovens de diversas cidades do Recife e Região Metropolitana.

Realização

A ação, que é promovida pela Associação Metropolitana do Hip Hop de Pernambuco (AMH2PE), com apoio da Prefeitura do Recife e aproxima a população dos elementos de uma cultura que acaba de completar 50 anos de uma história que nasceu no subúrbio de Nova York com protagonismo de jovens negros (as).

Em 2023, o Polo presta homenagem ao movimento reunindo artistas veteranos e emergentes da cena local e regional.

“São 20 anos de correria, resistência, muita luta e amor pela cultura. O Polo oferece um espaço importante para o fortalecimento dos jovens periféricos que historicamente são excluídos de tudo oferecendo oportunidade para que eles possam mostrar o talento em um equipamento de qualidade e conquistar cada vez mais os espaços que são deles por direito”, comenta o músico, articulador cultural e coordenador de finanças da Associação, Tiger, que ajudou a fundar a entidade em 2003 ao lado de nomes como Sociólogo da Favela e Pedrão.

Artistas

Para celebrar essa história, a AMH2PE preparou uma programação que passeia pelos diversos elementos do Hip Hop. Do Cabo de Santo Agostinho, Nagô MC, poeta e trancista, vai apresentar suas músicas autorais, que falam da realidade de meninas e mulheres da periferia.

Banndogg, rapper Paulistano, que iniciou a carreira em 1997, leva suas linhas sobre o cotidiano e os desafios enfrentados pela juventude. Com uma história de 22 anos, Erupção do Rap, grupo de Jaboatão dos Guararapes, também está entre as atrações do Polo Hip Hop e apresenta músicas autorais com forte crítica social.

Como forma de promover o intercâmbio entre estados nordestinos, o Polo Hip Hop também convidou grupos de fora de Pernambuco para compor a grade. Direto de Triunfo, no Sertão, o grupo Radiola Serra Alta se apresenta pela primeira vez no evento com uma performance que une dois programadores eletrônicos e DJs trajados de figuras icônicas do Carnaval de Triunfo: o Careta e a Veinha. A dupla é acompanhada pela cantora Jessica Caitano.

O Rap alagoano também marca presença por meio da participação do grupo NSC, composto pelo MC Alex e DJ Matheus. Ao longo de 18 anos de história, NSC acumula quatro álbuns, dois DVDs e mais 150 clipes disponíveis nas plataformas digitais.

Cearense radicado em Brasília, o rapper Rapadura também está confirmado na edição comemorativa do Polo Hip Hop. Considerado um artista de vanguarda, Rapadura mixa embolada, repente, coco, maracatu, capoeira, forró, baião e as cantigas de roda, que fazem dele um dos precursores no século XXI de um movimento em defesa da cultura popular que surge do encontro do rap contemporâneo com a música de raiz.

Artista, produtor e coordenador geral da AMH2PE, Dom Pablo acredita que a Associação vive um novo momento de diálogo com a cena emergente e de valorização dos nomes que ajudaram a construir essa história. “É importante comemorar duas décadas de história olhando para frente, mas sem deixar de reconhecer quem veio antes. Estamos vivendo um novo momento de maior engajamento e diálogo com os agentes que fazem da Cultura Hip Hop um caminho para inclusão social na favela”, pontua.

Importante elemento do Movimento Hip Hop, o breaking também tem espaço reservado na programação. Os B-Boys e as B-Girls do grupo Step Evolution, vão apresentar a performance “Barro Dancante”, que homenageia Mestre Vitalino. Criada em 2009 no Ibura, a Step Evolution desenvolve os fundamentos tradicionais da chamada “True School” (Verdadeira Escola), mesclando as técnicas aos novos elementos da cultura e danças populares nordestinas. Ao longo da programação, também vão acontecer intervenções artísticas das grafiteiras Eva e Tab. Nos intervalos, o lendário DJ Spider vai embalar o público como muito Black Music, Funk, Soul e R&B. A festa terá Ranne Skul e Lula Dias como Mestres de Cerimônia.

Batalha de MC’s

Promover o conhecimento entre jovens da periferia é o princípio básico que rege a Batalha de MCs, que tem o produtor e arte educador, Honele Heleno, como Mestre de Cerimônia. Personagem conhecido na cena Hip Hop local, criador do Baile Pernambuco tem Rap, inspirado pelo rapper Sabotage, Honele leva a Batalha para o Polo Hip Hop pelo segundo ano.

A Batalha contará com a participação de oito MCs que vão soltar a voz sobre temas diversos. A desenvoltura, teor das rimas e engajamento político estão entre os critérios que serão levados em consideração pelo público e o júri técnico que vai escolher o grande vencedor. Demonstração de xenofobia, discriminação racial ou de gênero serão critérios eliminatórios. “Nosso objetivo é fortalecer os valores do Movimento Hip Hop, promovendo a troca de informação e o intercâmbio cultural e artístico a fim de fomentar a arte como construção da identidade intelectual, na busca pelo conhecimento”, pontua Honele.

O evento terá como mestres de cerimônia os artistas Ranne Skull e Lula Dias. Outras informações através do Instagram https://www.instagram.com/p/CoaQmrzLXlX/?igshid=YmMyMTA2M2Y=

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