Banda Afro Bankoma leva representatividade aos bairros de Lauro de Freitas

Crédito: Divulgação

A Banda Afro Bankoma, inspiração que vem do Terreiro São Jorge Filho da Goméia, participa do Carnaval em Lauro de Freitas 2023, desfilando história, cultura e representatividade pelos principais bairros da cidade levando o tema “Salve os Caboclos! Xetu Maromba Xetu”.

O bloco se organiza para, assim como fez em anos anteriores, inclusive ao longo da pandemia, de forma virtual, trazer, à sociedade, o seu fazer cultural, ao longo desse ano, mesmo com as dificuldades e obstáculos, como é uma realidade de blocos e manifestações de matriz africana no Brasil.

A programação começou na última quinta-feira e continua neste sábado (18), na próxima segunda-feira (20) e finaliza na quarta-feira (22), no tradicional arrastão pelas ruas de Portão.

A música escolhida, “Levada do Bankoma”, composta e lançada pela banda, em 2003, é um presente do Kamba (Camarada) Martim ao Bankoma e traduz, desde aquela época a relação de afeto entre o bloco e a comunidade na qual estão inseridos, não só o Bankoma, mas também, o próprio Terreiro São Jorge Filho da Goméia e seus filhos e filhas.

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Representatividade

Na realidade social do nosso país, a invisibilidade proposital de boa parte da população, principalmente negros e pobres, bem como, de seus problemas mais graves, ainda é maior que as ações e políticas públicas, quando existentes, para eliminar essas mazelas sociais.

A construção de uma sociedade mais igual, mais justa, na qual não haja qualquer segmento ou pessoa em situação de invisibilidade ou vulnerabilidade, exige de cada um de nós a coragem necessária para fazer rupturas com o que se costuma chamar de conciliação de classes.

Não há, da parte dos poderosos, dos que se acham donos de tudo o quanto é produzido de riqueza nesse país, interesse qualquer em melhorar, mesmo que muito pouco e aos poucos, a condição de vida de nossa gente. Assim, não há possibilidade de construir um país melhor pra todos em aliança com eles ou a seus aliados. A ruptura, o enfrentamento são mais que necessários, são imperativos de luta.

“Que saibamos a importância de valorizar o amor, a paz e a solidariedade, mas, sem esquecer que, a conquista desses propósitos exige, na maior parte da nossa vida, muita luta, muita perseverança”, comenta Ricardo Andrade, coordenador do CEN- Coletivo de Entidades Negras.

No clipe ( link abaixo) é possível ver figuras que fazem o dia a dia da comunidade de Portão, do Terreiro e do Bloco.

E também camaradas (Makamba), que seguem nas memórias afetivas, alguns na condição de amados ancestrais e que nos brindam com sua vibração na espiritualidade. Espero que gostem, assim como eu, desta bela viagem musical, bem como da reflexão que a acompanha. Viva o Bankoma! Viva Martim Pescador!

“Que no desenrolar desta jornada, que é o viver, tenhamos sempre a honra e o privilegio de ter o norte e a condução de nossos passos, alimentados pelas bênçãos, proteção e guia, da boa energia do caçador de uma flecha só, que rege esse dia de hoje. Que sua flecha certeira, seu olhar sagaz e sua mira infalível, nos fortaleça em nossas caçadas por um mundo mais igual, sem discriminação ou privilégios de qualquer natureza, por um mundo no qual, fartura e prosperidade material e espiritual sejam uma realidade para toda a humanidade e não para uns poucos privilegiados”, Ricardo Andrade.

Música- Use máscara!

“Estava em casa, sem saber o que fazer, Quando de repente, uma batucada eu ouvi.
Estava em casa, sem saber o que fazer, Quando de repente, uma batucada eu ouvi.
Sai pra ver, Oh meu Deus que emoção, O povo todo a cantar ‘É o Bankoma de portão.’
É amor… É amor, é paixão. Que coisa linda, é o Bankoma de portão.
É amor… É amor, é paixão. Que coisa linda, é o Bankoma de portão.
O Bankoma passou, eu resolvi acompanhar, Com os braços abertos, foi tanta emoção, comecei a chorar.
O Bankoma passou, eu resolvi acompanhar, Com os braços abertos, foi tanta emoção, comecei a chorar.
Eu subiam e descia junto com meus irmãos, Numa mistura de raças,
Formamos juntos uma nação. É amor… É amor, é paixão.
Que coisa linda, é o Bankoma de portão. É amor… É amor, é paixão.
Que coisa linda, é o Bankoma de portão… Estava em casa, sem saber o que fazer,
Quando de repente, uma batucada eu ouvi. Estava em casa, sem saber o que fazer,
Quando de repente, uma batucada eu ouvi. Sai pra ver, Oh meu Deus que emoção,
O povo todo a cantar ‘É o Bankoma de portão.’ É amor… É amor, é paixão.
Que coisa linda, é o Bankoma de portão. É amor… É amor, é paixão.
Que coisa linda, é o Bankoma de portão. O Bankoma passou, eu resolvi acompanhar,
Com os braços abertos, foi tanta emoção, comecei a chorar.
O Bankoma passou, eu resolvi acompanhar, Com os braços abertos, foi tanta emoção, comecei a chorar.
Eu subia e descia junto com meus irmãos, Numa mistura de raças,
Formamos juntos uma nação. É amor… É amor, é paixão.
Que coisa linda, é o Bankoma de portão. É amor… É amor, é paixão.
Que coisa linda, é o Bankoma de portão. É amor… É amor, é paixão.
Que coisa linda, é o Bankoma de portão. É amor… É amor, é paixão.
Que coisa linda, é o Bankoma de portão…”

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“… Quantas vezes nos açodamos, achando que esse ou aquele problema é insolúvel? Muitas vezes o nervosismo e outros aspectos nos impede de perceber que, às vezes, a solução está sob nossos olhos, ao nosso pleno alcance. Acreditar sempre que aquilo que traçamos como metas e objetivos de nossa caminhada tem possibilidade de realização e impor ao nosso dia a dia o comprometimento e a luta necessários a essa construção é algo fundamental para o êxito de qualquer empreitada. Que jamais pereça em nós essa capacidade de entrega, de amor e dedicação àquilo em que acreditamos. Que tenhamos mais e mais jornadas de triunfos em nossa caminhada pela vida. Que tenhamos a capacidade de enxergar a necessidade de tomarmos atitudes positivas em nossas vidas. Potencializar o problema nem sempre será a forma de resolver cada um deles. Que o “brilho do sol” nos dê a noção exata daquilo que precisamos fazer para enfrentar cada uma dessas demandas, sem medo, sem açodamento, enfim, com foco é convicção das nossas ações…” Tata Munhange Kia Ngunzo da Goméia.

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