Desde o dia em que o ainda candidato Luiz Inácio Lula da Silva foi a um encontro com lideranças de favela no Complexo do Alemão, a direita radical entrou numa espécie de delírio coletivo do mal.

Os apoiadores do antigo presidente, seguindo as frases torpes do próprio, começaram as expor fotos de lideranças comunitárias, afirmando ser bandidos de alta periculosidade. Rene Silva, Raull Santiago e Camila Moradia foram alguns deles.

Esse nomes que citei acim são, muitas vezes, a salvação de um povo que não tem nenhuma segurança ou apoio do governo.

A sigla CPX, que, pra qualquer pessoa que usa a massa cinzenta, sabe que é a abreviação de COMPLEXO, foi confundida com facção criminosa. Várias favelas do Rio de Janeiro são um Complexo de favelas, como o Alemão e a Maré.

A Maré é um complexo de 16 favelas e mais de 140 mil de pessoas. Pessoas que precisam de assistência, saúde, educação, cultura e, principalmente, segurança.

Pulamos pra dia 13 de março desse ano. A ONG Redes da Maré chamou lideranças comunitárias pra dar abertura ao Boletim de Segurança, com dados de quantas vezes ouve operações na favela. Operações brutais, nas quais muitas das vezes é o morador que paga.

Rede

Isso foi motivo pra extrema direita fazer discursos racistas e distorcidos, repletos de fake news e falando mal dos moradores do Complexo da Maré, confundido-os com bandidos de facção.

Eu sou da Maré, moradora e líder comunitária. Posso garantir a todos os leitores que dentro de um Complexo de 16 favelas, 1% é envolvido com o tráfico.

Isso é um fato. Os outros 99% são professores, donas de casa, mães solteiras, advogados, psicólogos, pedreiros, micro empresários, médico, cozinheiros e pesquisadores, influencers, domésticas, diaristas etc…

Porque é tão surreal pra algumas pessoas que um ministro da Justiça vá a um lugar onde a justiça nunca é feita?

Porque é tão proibido, tão incomum, um ministro da Justiça olhar finalmente pra um povo tão injustiçado?

Racismo? Política da morte? Não sei.

O que eu sei é que, finalmente, os governantes estão entrando nos espaços onde pessoas realmente precisam deles. Onde finalmente lideranças comunitárias estão sendo percebidas.

Governantes que, finalmente, estão lutando por maiorias, que somos nós, das favelas. Pois se a favela fosse um Estado, ela seria o quinto mais populoso do Brasil.

Enquanto a extrema direita espuma pela boca, Flávio Dino nos contempla com palestras e a promessa que bons ventos virão.

A favela precisa de segurança, sim! Casas tem que parar de serem invadidas e quebradas, sim! Moradores precisam de segurança pra não morrer com uma bala vinda de um helicóptero, sim! Somos trabalhadores, não bandidos.

Merecemos segurança e respeito.

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