A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil) e mais 52 organizações assinaram Nota de Indignação sobre o atentado sofrido pela comunidade tradicional de Baixão dos Rochas, no interior do Maranhão, ocorrida na madrugada de 19 de março.
Na nota, as organizações exigem que os órgãos de justiça do Estado apurem os crimes e atribuam culpados às violações que as comunidades tradicionais vivenciam com frequência no estado do Maranhão. Exigem também segurança dos territórios e de todas as famílias que sofrem a violência no campo.
A nota destaca que “a conjuntura nacional de violência no campo é historicamente marcada pela grilagem de terras, desigualdade, injustiça e impunidade. Este ato terrorista não é uma ação isolada na região do Baixo Parnaíba, mas é uma prática violenta presente em todo o país e particularmente impune no Maranhão, agredindo de modo sistemático os povos originários e as comunidades tradicionais”.
Mobilização contra violência no Maranhão
Dom José Valdeci dos Santos Mendes, bispo de Brejo (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (Cepast-CNBB), esteve reunido com um grupo de parlamentares que se articulam com a Comissão Brasileira Justiça e Paz, chamado Fratelli Tutti, que se encontra mensalmente.
Segundo o representante religioso, “na medida que avança o agronegócio, principalmente no estado Maranhão, oprime as comunidades tradicionais que também sofrem a ausência do estado”. Ele lembra ainda da concessão de licenças ambientais indevidas a da “morosidade dos processos e conivência do estado, que contribui para estes ataques aos povos de comunidades tradicionais”.
Entenda o ataque
Na madrugada do domingo 19 de março, por volta das 4 horas da manhã, a Comunidade Tradicional Baixão dos Rochas, em São Benedito do Rio Preto (MA), município localizado a cerca de 240 quilômetros de São Luís, foi atingida.
As famílias tiveram suas casas destruídas e incendiadas e foram obrigadas a deixar suas terras durante a madrugada por homens armados extremamente agressivos que expulsaram os moradores e mataram animais domésticos.
As 57 famílias moram na comunidade há mais de 80 anos e vivem da agricultura familiar e do extrativismo. Os conflitos começaram em 2021, quando duas empresas ligadas ao agronegócio iniciaram o plantio de soja na região.
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