Promovido pelo Centro de Formação e Pesquisa do Sesc-SP, a série de palestras e debates Comunicação e tecnologias sociais nas periferias: insurgências e aderências da mídia e arte feita nas bordas da cidade, acontece na próxima sexta-feira (31/3) e sábado (1/4), no bairro da Bela Vista, em São Paulo.
O colóquio propõe um espaço de trocas e intercâmbio entre iniciativas sociais ligadas à jornalismo social, articulação de mídias e tecnologia em prol do exercício cidadão, da denúncia e da produção cultural em territórios periféricos.
Entre os temas centrais estão a luta por políticas públicas para o setor, subvertendo e recriando meios de circulação de notícias, intercambiando informações e valorizando os atores sociais das periferias.
Os convidados e convidadas tecerão articulações entre midiativismo, tecnologia, comunicação popular, educação e arte.
Veja o local e a programação:
Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar
Bela Vista – São Paulo.
31/03
10h– Colóquio de abertura
Audiovisual popular, entre o anúncio e a denúncia
O cinema e vídeo produzido nas bordas das grandes metrópoles brasileiras revela rostos e subjetividades diversas, muitas vezes alheias aos grandes meios corporativos de comunicação de massa, mas há pelo menos duas décadas vem se construindo como forte referência de linguagem, estética e oposição política, anunciando a potência periférica e denunciando as injustiças sociais.
Com Harrison Lopes (Coletivo de comunicação popular Tela Firme) e Janaína Reis (Companhia Bueiro Aberto).
Mediação de Daniel Fagundes (Caramuja/Ibiralab)
11h-12h30 – Mesa de conversa 1
Mídia e ativismo antes e depois da web
Dos movimentos de contracultura analógicos de rua ao universo informacional web, estabeleceram-se ao longo dos anos fronteiras e pontes infinitas de atuação e articulação de mídia. Como pensar e produzir uma comunicação que continue mobilizando as periferias na era do ativismo de sofá e das fake news?
Com Flávio Galvão (Fabicine/ Agência Pavio), Kátia Passos (Jornalistas Livres) e mediação de Guilhermo Aderaldo (Ufpel)
14h-15h30 – Mesa de conversa 2
Jornalismo Periférico: nos becos da comunicação digital
A comunicação produzida pelo jornalismo periférico se fez e se faz entre as tensões do território e do mercado, entre os grandes conglomerados de mídia e as redes sociais, entre o holofote e a falta de luz. Gerando impacto muitas vezes à baixo do radar, quem são os homens e mulheres que adentram becos e vielas para que os favelados recebam as informações imprescindíveis que a grande mídia não entrega nas comunidades?
Com Thais Siqueira (Desenrola e Não Me Enrola), André Fernandes (Agência de Notícias das Favelas) e mediação de Maycom Motta (Dois Neguin Filmes)
16h30-18h – Mesa de conversa 3
Das ondas de rádio à podosfera: construindo notícias no coletivo
Desde o advento das rádios comunitárias ao boom dos podcasts, a comunicação falada nunca saiu de moda entre os trabalhadores das periferias. Quais fatores permitem a adesão do público à essa mídia tão importante e atemporal? Quais os desafios que a mudança dos tempos, equipamentos e formatos trouxeram aos realizadores? Qual o potencial político dessa ferramenta? Essas e outras questões serão abordadas nessa mesa.
Com Gisele Alexandre (Manda Notícias), Reginaldo José (Rádio Comunitária Heliópolis) e mediação de Marcos Vellasco (Quebradacast)
01/04
10h às 11h30 – Mesa de conversa 4
Educação entre a lousa e a tela: desafios e avanços em contextos educomunicativos
Os professores de escolas públicas, escolas particulares e da educação não-formal possuem realidades educativas específicas, porém também algumas dificuldades em comum, talvez a principal delas seja a de articular os saberes antigos com a modernidade, a dificuldade em transferir métodos da lousa para a tela, da ancestralidade para o futuro, nesta conversa os debatedores indicarão processos que vão da mídia impressa para a gamificação, da mitologia à midialogia, propondo, entre temas transversais, formas de vincular o analógico e o digital, o contemporâneo e o velho mundo.
Com Renato Noguera (Afrosin) e Socorro Lacerda de Lacerda (Prove). Mediação de Daniel Fagundes (Caramuja/Ibiralab)
11:30h as 12:30h deslocamento do Sesc para o Jd. Ibirapuera
12:30h Almoço na sede do Bloco do Beco
13:30h – Rolê no Bairro Educador
Tecnologia social de articulação e convivência no Jd. Ibirapuera
O Futebol de várzea, o samba, um bloco de carnaval, os bailes de rua e as lutas da associação de moradores do bairro na escolinha da Tia Maria são partes constitutivas fundamentais da identidade e história do Jd. Ibirapuera.
Localizado na periferia da zona sul de São Paulo, o bairro tem aproximadamente 60.000 moradores, composto por um cinturão de quatro favelas, com índices altos de densidade demográfica e vulnerabilidade social, onde mais de 50% da população é negra.
Apelidado de “Ibira city” por moradores mais jovens, o Jd. Ibirapuera é um bairro multicultural, boêmio e também cinematográfico, onde a vida das pessoas e suas histórias se materializam cotidianamente.
Olhando para as potencialidades locais, o Bairro Educador – Ibira 30, é um programa que visa realizar ações a partir de articulações e saberes do território, junto a redes e parceiros para transformar até 2030, o Jd. Ibirapuera no bairro que sonhamos. Nesse percurso entre a sede do IbiraLab e a biblioteca Luiza Erundina, contaremos histórias de pessoas e dos lugares do bairro que se fundem a história da cidade, um caminho que enreda sonhos concretizados, e vontades futuras no processo da cultura viva.
Visita guiada por Erick Ovelha e Jenyffer Nascimento
16:30h encerramento com Maracatu Baque Atitude
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