O Espaço Ruth Guimarães, do Centro Cultural Santo Amaro, está recebendo a exposição Circuito das Águas. As obras pretendem refletir sobre a importância física e simbólica dos rios nos corpos e nas cidades.
A mostra é a primeira idealização da coletiva Afluentes, grupo formado por Victoria Madeiro, Sabres e danirampe, mulheres trabalhadoras da cultura que pensam e agem por uma arte decolonial.
“Arte decolonial é aquela que rompe com a hegemonia eurocêntrica do saber e fazer artístico, que conta histórias do além-Europa. Neste caso, das mulheres latinas”, conta a coletiva.
Circuito das Águas busca reviver a história soterrada dos rios nas periferias da cidade e sua relação com a identidade das mulheres. Ao todo serão 15 obras – 5 delas colaborativas, entre Sabres e danirampe – compostas de diferentes técnicas, como pintura, colagem e desenho digital.
Locais temáticos
Cada artista escolheu um ponto geográfico como catalisador de ideias: danirampe, o Rio Tamanduateí, e Sabres, a represa Guarapiranga.
“É uma coletiva de mulheres artistas e pesquisadoras que se juntam para, então, conseguirem realizar seus sonhos e trabalhos dentro do campo artístico-cultural. São mulheres que gostam de trabalhar a temática feminina, a partir de si mesmas e das observações feitas na convivência com outras mulheres”, diz Victoria Madeiro, produtora e pesquisadora das Afluentes.
Segundo ela, “há a urgência de se falar de natureza, urgência essa que deve ser responsabilidade de todas nós. Por último – sem ordem de prioridade – tem o fato de as duas artistas serem mulheres de signo de água: artistas que transbordam”.
Mulheres que transbordam
Victória Madeiro afirma que vem “resgatando partes de mim abafadas sob um asfalto, assim como as águas que circulam abaixo e nas margens daqui. A sensação que desejo é de fluidez. Que todas saiam instigadas com a possibilidade de conhecer e reverberar as águas em si próprias e todas as águas pelas quais cruzam”, conta Sabres.
“As mulheres das artes precisam ter mais espaço e visibilidade. Um caminho para se fazer isso é estarem juntas. As pessoas periféricas podem e devem pesquisar seus territórios tendo-o como inspiração para falar e fazer arte”, destaca danirampes.
SERVIÇO
Circuito das Águas
Quando: até 15/05, de terça a domingo
Horário: 10 às 20h
Local: Centro Cultural Santo Amaro – Espaço Ruth Guimarães
Endereço: Avenida João Dias, 822 – Santo Amaro, São Paulo – SP
Entrada gratuita
Classificação: Livre
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