O jornalismo comunitário exerce um papel social importante em todo o mundo. Pois, se faz presente e atua de modo a reforçar a voz de povos, muitas vezes, marginalizados e silenciados socialmente.
Conforme ressaltado por Ketzali Awalb’iitz Pérez em entrevista à página Opera Mundi, “Falar em jornalismo comunitário é falar em defender a terra.” Desse modo, é possível destacar a defesa de direitos e da vida reafirmada pelas mídias independentes.
Em muitas localidades de diferentes estados, essa atuação é essencial para a busca de justiça e reafirmação de direitos que não chegam para a grande parcela pobre da sociedade.
Nesse cenário, é possível notar a pressão popular que é gerada uma vez que se conhece os dois lados da verdade em diferentes casos, como: agressão policial, saneamento básico nas comunidades e demais questões que por muito tempo foram deturpadas.
Vale ressaltar ainda o papel transgressor que o jornalismo comunitário exerce. Por meio dele, se tem o compartilhamento de informações que refletem a voz do povo e chamam atenção para a necessidade de mudanças nas mídias tradicionais.
No cenário atual, um grande aliado das mídias independentes têm sido as redes sociais que permitem que a notícia chegue para diferentes pessoas e em diferentes lugares com rapidez.
A partir disso, profissionais do jornalismo passaram a compartilhar conteúdo por meio de perfis em redes como o “Instagram”. Mas, ainda ressaltam a atenção do público para que sempre verifiquem as informações e não caiam em fake news.
A origem da data
O dia mundial da liberdade de imprensa, simbolizado em 03 de maio, foi instituído há mais de 20 anos pela UNESCO. A data é vista pelo órgão como uma oportunidade de conscientizar a população sobre as violações à livre atuação das mídias informativas.
Instituído no ano de 1993, teve como base o documento final do seminário realizado por jornalistas africanos em Windhoek, capital da Namíbia, ainda em 1991. A pauta principal do encontro foi “como prover uma mídia africana independente e pluralista”.
Além disso, o dia Mundial da liberdade de imprensa também se relaciona de modo direto com o artigo 19 da declaração Universal dos Direitos Humanos, no qual fica estabelecido que:
“Todo indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão”.
A liberdade de imprensa, pautada em um jornalismo profissional, é essencial para garantir o acesso de todas as pessoas à informação. Desse modo, tem papel ativo na formação da opinião publica baseada em fatos.
Quais as fronteiras da liberdade de imprensa no Brasil?
As principais barreiras enfrentadas pela imprensa no Brasil, são a censura e o constante compartilhamento de notícias falsas. De acordo com o relatório Global de Expressão elaborado pela Artigo 19 em 2022, o Brasil é o terceiro país em que mais houve queda na liberdade de expressão
O país passou a ocupar a 89º posição entre 116 nações, o que chama a atenção para o tratamento à informação no país. Até o ano de 2015, o Brasil ocupava o 31º lugar e era categorizado como “aberto” e, agora, com a mudança de posição, passou a ser considerado “restrito”.
Esse cenário pode ser considerado como o reflexo de uma gama de violações de direitos e liberdades intensificadas pelo ex-governo de extrema direita de Jair Bolsonaro. Nesse mesmo panorama, a pandemia e a divulgação de notícias falsas aliadas aos ataques a jornalistas agravaram a situação.
Ainda de acordo com o relatório da artigo 19, somente em 2021 houve o registro de 430 ataques a jornalistas e outros veículos de imprensa. Esse é o maior número já registrado desde a década de 90.
De acordo com os dados apresentados pela RSF, no ano de 2022, o Brasil foi um dos países mais perigosos para jornalistas. Foram contabilizadas 3 mortes, dentre as 57 registradas no mundo todo da categoria profissional.
Apesar desses desafios, as mídias informativas e os veículos de imprensa são um dos meios principais de acesso à informação para a população brasileira. Diante disso, exercem um papel importante na luta contra a desinformação e viabilizam a formação de opinião.
Quais são os desafios da liberdade de expressão a nível mundial?
A nível mundial, a liberdade de expressão ainda sofre grandes violações e a atuação como jornalista enfrenta uma gama de desafios em diferentes países.
De acordo com o relatório do Conselho da Europa (CoE), o jornalismo no continente europeu é alvo de constante ameaça. Somente em 2021, em 35 países, houve o registro de 282 violações de nível grave reportadas ao CoE. Isso representa um aumento de 41% em comparação ao ano de 2020.
A pandemia do Covid-19 escancarou as constantes tentativas de censura e ocultação da verdade. Principalmente no Brasil, jornalistas foram alvos de constantes ataques do governo.
Em um panorama atual, o papel investigativo de jornalistas que cobrem a Guerra da Ucrânia também chama a atenção. De acordo com a Repórteres sem fronteiras (RSF), estima-se que 12 jornalistas tenham sido mortos somente no ano de 2022.
Com as constantes mudanças sociais e rápida disseminação de informações, a liberdade de imprensa enfrenta ainda um novo desafio com as fake news (notícias falsas). Diante disso, em 2022 a conferência realizada pela UNESCO buscou debater o jornalismo sob o “cerco digital”.
Instagran: @emily_scs
LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/emily-sacramento-souza
Gostou da matéria?
Contribuindo na nossa campanha da Benfeitoria você recebe nosso jornal mensalmente em casa e apoia no desenvolvimento dos projetos da ANF.
Basta clicar no link para saber as instruções: Benfeitoria Agência de Notícias das Favelas
Conheça nossas redes sociais:
Instagram: https://www.instagram.com/agenciadenoticiasdasfavelas/
Facebook: https://www.facebook.com/agenciadenoticiasdasfavelas
Twitter: https://twitter.com/noticiasfavelas