protesto alemanha

Cartaz diz “Mais democracia na sociedade atual“. FOTO: Alene Barros/ANF

A Última Geração, também conhecida como Cola Climática por alguns de seus membros colarem com Super Bonder as mãos no meio do asfalto, vem protestando nas principais ruas de várias cidades da Alemanha todas as quartas-feiras, como ontem. São protestos em favor das questões climáticas.

Na capital, Berlim, esse grupo vem ganhando cada vez mais força. Ontem, o protesto aconteceu numa das principais avenidas da cidade, Karl-Marx-Allee.

O físico e ativista alemão Stephan kaphli, 30 anos, diz que não se pode ignorar as questões climáticas, uma vez que estas afetam diretamente nosso futuro e também o nosso presente. “É preciso começar a agir”, resume.

Por isso, ele e outros ativistas vão para as ruas com cartazes e colam suas mãos com Super Bonder no meio da avenida. Além disso, vestem coletes laranjas. De acordo com o ativista Johannes Weiss, o colete serve não só para proteger, mas para passar a mensagem de que “o meio ambiente precisa ser protegido“.

Polícia retira mãos coladas com óleo

Sentados lado a lado e com as mãos coladas no asfalto, ativistas impedem motoristas de avançar, causando trânsito. Eles só saem da rua quando policiais chegam para retirar cuidadosamente, com óleo, suas mãos.

Para a intérprete de libras e ativista Hannah J., 34 anos, colar a mão no chão com Super Bonder significa que ela não concorda com a forma com que as questões climáticas estão sendo discutidas. Segundo ela, “sem a participação da população“.

Hannah J. com pedaço de asfalto colado nas mãos. FOTO: Alene Barros/ANF

Através de palestras e treinamentos, as pessoas compreendem a importância de lutar de forma pacífica pelas questões climáticas. Segundo o engenheiro de computação e ativista Hans W., 53 anos, a Última Geração possui três demandas principais.

Demandas miram queima de combustíveis fósseis

01) Limite de velocidade de 100 quilômetros por hora para os veículos, necessário para a Alemanha evitar mais de 6 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano.

02) Bilhete permanente de 9 euros. O preço mensal do cartão para acessar todos os transportes públicos custa entre 50 e 89 euros. Se diminuir o valor, mais pessoas ficarão motivadas a usarem o transporte coletvo, um meio eficaz para proteger o clima.

03) Conselho social: o governo federal deve ter um plano para desenvolver medidas com o intuito de acabar com o uso de combustíveis fósseis no país até 2030.

Para alguns ativistas, colar a mão no asfalto e vestir colete laranja não são ações suficientes para chamar atenção para a gravidade das causas climáticas. Por isso, pintam jatos privados e lojas de marca com a cor laranja.

Além disso, outros ainda colam suas mãos no meio da rua com cimento, como a estudante alemã de 32 anos, Lily Male. Quando isso acontece, os policiais usam furadeira e pá para retirar mãos do asfalto.

Lilly Malle, com mão colada no asfalto. FOTO: Alene Barros/ANF

Como até o momento nenhuma dessas demandas foi atendidas, os protestos continuam.

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