Angela Davis retorna à Bahia: a voz da luta pela igualdade racial

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Nesta sexta-feira, 14 de julho, finaliza o 18° Congresso Internacional da Associação Brasileira de Literatura Comparada (Abralic), na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador, com a presença de personalidades influentes do campo literário, como Angela Davis, Conceição Evaristo e Anielle Franco, em discussões enriquecedoras e fortalecimento do engajamento acadêmico e social.

A presença da ativista, escritora e palestrante Angela Davis, conhecida como professora emérita da Universidade da Califórnia, traz uma perspectiva única ao congresso. Davis é reconhecida por seu trabalho nos movimentos sociais e sua luta pela igualdade e liberdade.

O evento começou no último dia 11 de julho, o auditório da Faculdade de Direito da UFBA estava lotado para assistir à palestra de Angela Davis, que foi destaque na mesa redonda intitulada “Abolicionismo. Feminismo. Já?”, tema de seu recente livro publicado pela editora Companhia das Letras.

Durante sua palestra, Davis compartilhou os desafios enfrentados ao escrever o livro em parceria com Gina Dent, uma das coautoras. Ela destacou que, apesar de serem feministas e abolicionistas, elas encontraram diferenças entre si durante o processo de escrita, o que foi um desafio. 

A ativista também mencionou a música “I Wish I Knew How It Would Feel To Be Free” da cantora norte-americana Nina Simone, enfatizando a luta contra o racismo e outros tipos de crimes e preconceitos.

A música diz ‘eu gostaria de saber como é a sensação de ser livre’. Nosso desafio é passar para as demais gerações esse impulso de luta pela liberdade de forma que a gente consiga um dia saber o que é ser livre”, afirmou Davis.

Além de Angela Davis, a mesa redonda contou com a presença de Gina Dent e da professora Denise Carrascosa, responsável pelo prefácio do livro e mediadora da discussão. 

A coautora relembrou as palavras de Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul, que afirmou que para conhecer uma sociedade é preciso conhecer suas prisões. 

As pessoas de pele mais escuras são aquelas que estão encarceradas e isso acontece em qualquer lugar do mundo. Em prisões da Escandinávia, onde a gente imaginava que a maioria seria branca, não é. O cárcere não é uma reunião de pessoas que cometeram crimes, mas um conjunto de pessoas que foram criminalizadas”, afirmou Dent. 

Além das palestras e mesas redondas, o congresso incluiu outras atividades, como a outorga do título de doutor honoris causa e a entrega de prêmios, incluindo Boris Schnaiderman, Blaise Cendrars e Tânia Franco Carvalhal. 

O encerramento do evento ocorrerá com um show em frente ao CEPAIA – Centro de Estudos Afro-Índio-Americanos da UNEB, localizado na Rua do Passo, no bairro Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador.