Romualdo Rosário da Costa, culturalmente conhecido como Môa do Katendê, considerado um dos responsáveis pela revolução do Carnaval baiano com a ascensão dos blocos afro, educador, compositor e percussionista, mestre de capoeira angola, do afoxé e da dança afro-brasileira, foi assassinado num bar no Dique Pequeno do Engenho Velho de Brotas, em Salvador.
O crime foi motivado pela forte intolerância política que estava em vigor na época. Môa, foi assassinado pelas costas, a facadas, 8 de outubro de 2018, um dia depois do primeiro turno das eleições pelo bolsonarista Paulo Sérgio Ferreira de Santana.
“Môa se tornou um símbolo. As gerações que vieram após a dele entendem a sua importância e o que ele significa para a Bahia, o Afoxé e a cultura”, declara Beto Barreto, membro do grupo BaianaSystem, que participa do documentário.
O documentário
Môa, Raiz Afro Mãe, conta a vida e trajetória do músico, capoeirista e símbolo de resistência cultural Môa do Katendê, chega aos cinemas nesta quinta-feira, 3 de agosto – que marca o dia nacional da capoeira.
Filmado em Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro, a produção mostra a trajetória de Môa, entre a década de 1970 até 2018, com imagens de arquivo, fotos de Pierre Verger e Arlete Soares, registros do surgimento dos blocos afro na Bahia com depoimentos de artistas, familiares e amigos do mestre.
Entre eles, Gilberto Gil, Vovô do Ilê, Emilia Biancardi, Negrizu, Lazzo Matumbi e mestre Plínio Ferreira, do Centro de Capoeira Angola Angoleiro Sim Sinhô. Ao lado de Plínio, mestre Môa fundou, em 1995, o bloco Amigos de Katendê em São Paulo.
Môa, Raiz Afro Mãe já foi exibido em diversos festivais internacionais – entre eles o Panorama Coisa de Cinema 2022, o Festival de Cinema de Alter do Chão 2022, o Festival du Cinéma Brésilien de Paris 2023 e a 15ª edição do In-Edit Brasil.