Segundo Silvio Almeida, Ministro dos Direitos Humanos, a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos vai investigar os recentes casos de mortes por “intervenções policiais”, na Bahia.
A determinação do Ministro dos Direitos Humanos é para que o órgão acompanhe a apuração dos fatos e ouça as autoridades, assim como a sociedade civil.
Foram, ao menos, 34 mortos em confronto com policiais desde o dia 28 de julho. De acordo com o último balanço do Instituto Fogo Cruzado, 151 pessoas morreram em tiroteios durante o mês de julho em Salvador e Região Metropolitana.
Segundo o balanço, do total dos 178 tiroteios registrados em julho, 67 deles ocorreram durante ações policiais e deixaram 64 mortes.
Cerca de 2.500 armas de fogo já foram apreendidas na Bahia esse ano. Entre elas, fuzis e submetralhadoras. A Polícia Federal, em parceria com as forças estaduais, apreendeu quase uma tonelada de cocaína no estado desde janeiro, quase quatro vezes mais que em todo o ano passado.
Ainda segundo o Instituto Fogo Cruzado, no mês de julho, entre os 151 mortos, 139 eram homens, sete eram mulheres e cinco não tiveram o gênero revelado.
Em julho, foram registradas, ao todo, seis vítimas de bala perdida, onde três pessoas foram mortas e três ficaram feridas. Além disso, 24 pessoas foram mortas em chacinas.
Os bairros mais afetados pela violência foram: Fazenda Grande do Retiro (8 tiroteios, 5 mortos e 1 ferido), Castelo Branco (7 tiroteios, 7 mortos e 2 feridos) e Federação (6 tiroteios e 4 mortos).
“Os números expressivos de mortes não são compatíveis com um país que se pretende democrático e em consonância com os Direitos Humanos”.
As mortes foram registradas como resultado de “resistência à ação policial” e serão investigadas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Salvador, enquanto o Ministério Público também apura as ações policiais.
Além de Salvador, o restante das mortes se concentra nos municípios de Camaçari e Itatim.”
Após o ministro Silvio Almeida, chefe da pasta de Direitos Humanos e Cidadania, anunciar que acionou a Ouvidoria do órgão para acompanhar as mortes ocorridas durante ações policiais na Bahia, o governador Jerônimo Rodrigues se pronunciou sobre o caso.
Ele disse que tem o compromisso de apurar “eventual excesso” em ações de servidores. “O nosso compromisso é na apuração de casos de eventual excesso por parte de qualquer servidor, qualificação permanente da atuação policial para garantir mais eficiência na ação, respeito à legislação e preservação da vida”, finalizou.
Antes da apuração federal, o governador não havia falado nada sobre as mortes.