O povo indígena em contexto urbano Karaxuwanassu, localizado na Reserva Indígena Marataro Kaeté, na Estrada de Monjope, em Igarassu, Região Metropolitana do Recife, enfrenta nesta terça-feira (12), o julgamento de reintegração de posse movido pela prefeitura de Igarassu, no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), localizado no Cais do Apolo, Recife Antigo.
Os indígenas retomaram o território ancestral no dia um de janeiro de 2023, e desde então vem sendo travada uma batalha judicial em que a prefeitura nega a posse da terra aos indígenas, completando até o momento mais de um ano de resistência e exigência de garantia dos seus direitos de moradia, de um território para realização de sua cultura, rituais e manutenção da floresta em pé com a preservação da mata atlântica existente no local.
O julgamento havia sido marcado anteriormente para o dia 5 de março, para acontecer em formato de sessão virtual, através de videochamada. Mas o povo se opôs ao julgamento em sessão virtual e a defesa solicitou que fosse remarcada para o formato presencial. A nova data marcada é 12 de março de 2024, às 13:30h, no TRF5, no centro do Recife, de forma presencial.
Coincidência ou não, a certeza é que esse julgamento corre um grande risco de ser invisibilizado pela mídia, por estar acontecendo no dia em que os municípios Recife e Olinda completam 487 e 489 anos, respectivamente.
O TRF5 está situado no município de Recife, e várias programações festivas vão durante o dia. A luta do povo Karaxuwanassu no contexto urbano é para que a sociedade conheça a luta indígena e entenda que os indígenas estão por toda parte.
Órgãos como o CIMI (Conselho Indigenista Missionário) e Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) estão envolvidos no processo em defesa do povo indígena.
Entenda mais em: Povos indígenas retomam território ancestral em Pernambuco