“Comida no Centro da Mesa da Agenda Municipal”, foi tema do encontro Laboratório de políticas públicas alimentares, com a presença de representantes de 37 cidades, sendo 32 participantes e 5 mentoras, na 3ª edição do LUPPA LAB, que ocorreu em Curitiba, para uma jornada de aprendizados e troca de experiências na agenda da alimentação urbana.
Entre os dias 19 e 22 de março, o LAB reuniu mais de 100 pessoas entre gestores municipais e representantes da sociedade civil e debateu, por meio de métodos ágeis e dinâmicas de grupo, sobre sistemas alimentares e emergência climática, transição agroecológica da produção local, sistemas agroflorestais, compras públicas, governança intersetorial das políticas alimentares, recursos e financiamento específicos para ações de sistemas alimentares, equipamentos de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e combate à Insegurança Alimentar e Nutricional (INSAN).
No LUPPA as cidades encontram espaço seguro para compartilhar seus desafios, se ajudarem mutuamente, mas também compartilharem suas boas práticas e seus avanços. Para Edson Cardoso, Secretário de Agricultura de Barcarena, a grande descoberta que o LAB traz para as cidades é que os desafios de SAN não estão apenas nos seus territórios. “Eles estão em vários territórios espalhados pelo Brasil, mas temos um objetivo em comum, que é combater à fome e produzir formas de garantir segurança alimentar e nutricional para as pessoas”, pontuou.
Crédito: Joka Madruga
Durante as 25 horas de jornada, os participantes mergulharam em conteúdos que fortalecem suas capacidades para desenvolver políticas públicas de forma participativa, multissetorial e integrada com pensamento sistêmico e alinhadas com os desafios globais e as necessidades e possibilidades locais. “Embora os principais exercícios que queremos desenvolver no laboratório se repitam todo ano, cada edição é uma grande surpresa e nos emociona demais ver as partilhas que acontecem, os vínculos que se forjam, as alianças que se desenham.
O Laboratório serve para dar esse fator de aceleração de ações, e garantir que possamos identificar inovações e inspirações acontecendo pelo Brasil afora”, ressaltou Juliana Tângari, diretora do Comida do Amanhã. Foi ainda, durante esses dias, que foram selecionadas as cidades mentoradas. A mentoria configura-se em uma cooperação técnica estreita onde esse conhecimento pode ser bem mais absorvido e uma troca mais aprofundada pode acontecer entre as cidades, mentoras e mentoradas.
As mentorias serão realizadas pelas cidades de Curitiba, São Paulo, Osasco, Belo Horizonte e Recife, durante os meses de abril a julho de 2024. A partilha tanto dos casos de sucesso quanto dos desafios enfrentados torna possível estabelecer um ambiente de aprendizado para além do teórico, com quem aprendeu na prática. “Há uma troca, uma sinergia de forma horizontal e não uma hierarquia entre as cidades, existem apenas momentos diferentes que as cidades estão passando na política de segurança alimentar”, destacou, João Perez, Secretário Executivo de Segurança Alimentar e Nutricional, Sustentabilidade e Inovação Social de Osasco, cidade mentora do LUPPA.
Crédito: Joka Madruga
O LUPPA é assim uma jornada intensa, para além do LAB, com o objetivo de colocar as cidades no centro do debate da agenda alimentar, tornando-as protagonistas e apoiando-as para que desenvolvam suas estratégias alimentares de forma integrada, intersetorial, com participação social.
Sobre o LUPPA:O LUPPA é um projeto do Instituto Comida do Amanhã, em correalização com o ICLEI América do Sul, com o apoio pleno do Instituto Ibirapitanga, do ICS – Instituto Clima e Sociedade, da Fundação José Luiz Egydio Setúbal e da Porticus, apoio institucional da FAO Brasil – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura e parceria metodológica da Reos Partners Brasil.
O evento foi realizado pelo Instituto Comida do Amanhã em correalização com o ICLEI América do Sul e a Prefeitura de Curitiba, por meio da Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN
