Nos dias 11 e 12 de abril, acontece na cidade de Salvador, o 1º Encontro Nacional da Periferia Brasileira de Letras (PBL) que reunirá os 12 coletivos literários que compõem a Rede PBL, uma iniciativa da Cooperação Social da Presidência da Fiocruz. A programação começa às 08:30, no Centro de Cultura Vereador Manuel Querino, ao lado do Elevador Lacerda, e apresentará o debate sobre políticas públicas, literatura e luta por territórios saudáveis e apresentações artísticas, tendo a culminância com uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, no dia 12/04.
Alguns participantes confirmados no evento são: o coordenador da área de Literatura na Diretoria de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas da Secretaria de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura (Minc), Igor Graciano; o presidente da Academia de Letras da Bahia, Ordep Serra; a secretária executiva adjunta do Ministério da Igualdade Racial (MIR), Ana Carinhanha; a presidenta da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e vereadora licenciada de Salvador, Maria Marighella; a diretora de Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves; a diretora geral da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), PitiCanella; o diretor Geral da Fundação Pedro Calmon, Vladimir Pinheiro; a deputada federal Fernanda Melchionna; e o deputado estadual Robinson Almeida.
Pesquisador da Cooperação Social e coordenador do projeto Periferia Brasileira de Letras, Felipe Eugênio explica que, a partir dos debates promovidos pelas mesas, a literatura será apresentada como elemento de “amálgama social” em territórios periféricos, onde coletivos literários criam ambientes inovadores de participação e mobilização. “A busca por alcançar a condição de território saudável para favelas e periferias não prescinde do fortalecimento da democracia e da garantia de direitos e deve abranger de forma transversal todas as políticas públicas sociais e econômicas do Brasil”, afirma Eugênio, que também é historiador e mestre em Ciência da Arte pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
Pesquisadora da Cooperação Social e também coordenadora do projeto, Mariane Martins acrescenta: “Por sua atuação mobilizadora, os coletivos literários representam um reforço à formação crítica e cidadã nos seus territórios e fazem com que seja possível visualizar caminhos para o enfrentamento das iniquidades sociais em saúde presentes nas periferias e, ao mesmo tempo, construir um horizonte de territórios saudáveis”.
“A realização do 1º Encontro Nacional da Periferia Brasileira de Letras em Salvador diz muito sobre as políticas públicas que queremos disputar. Será um momento de evocação da cultura e da literatura como práticas plurais e mutáveis, transcendendo a visão dogmática, canônica e universalizante. É nessa medida que a escolha da sede do 1º Encontro é intencional, ou seja, a Bahia de Gil e Margareth é um dos lugares mais representativos da diversidade que nos serve de inspiração para os processos de incidência em políticas públicas saudáveis”, afirmou o poeta e filósofo Fabrício Brito, mestre em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia, idealizador dos coletivos Arte Marginal Salvador e do Grupo de Arte Popular A Pombagem, e integrante da Rede PBL.
Nos dias de evento, estarão presentes representantes dos coletivos literários que atualmente compõem a rede PBL: Slam das Mulé (Bahia), Grupo de Arte Popular A Pombagem (Bahia), Biblioteca Comunitária Caranguejo de Tabaiares (Pernambuco), Periferia que Lê (Ceará), Papo Reto (Distrito Federal), Coletivoz (Minas Gerais), Rede Beabah! (Rio Grande do Sul), Biblioteca Comunitária Girassol (Rio Grande do Sul), Editora Kitembo (São Paulo), Rede Baixada Literária (Rio de Janeiro), Rolé Literário (Rio de Janeiro) e Ecomuseu de Manguinhos (Rio de Janeiro).
No dia 11 de abril, o 1º Encontro da PBL inicia no Centro de Cultura Vereador Manuel Querino, às 8h30, com uma solenidade celebrada pela Fiocruz e o coletivo Grupo de Arte Popular A Pombagem (BA), que fazem a abertura junto a representações do Ministério da Cultura (MinC), Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), Fundação Pedro Calmon (FPC).
A programação segue com duas mesas, a primeira (9h), com o tema As experiências modelares de criação literária e de mediação da leitura nas periferias brasileiras, irá abordar os diferentes modos de se fazer literatura de modo coletivo. Na segunda mesa (11h), Cultura e Saúde, Literatura e Periferias: caminhos para políticas públicas, autoridades da área tratarão da relação entre a literatura e as práticas sociais, com capacidade de mobilização em territórios caracterizados pela alta vulnerabilidade social.
No período da tarde, a partir de 14h, haverá uma concentração para o cortejo protagonizado por Coletivos lítero culturais da Bahia, que seguirá do Centro de Cultura Vereador Manuel Querino para o Largo Tereza Batista, localizado no Pelourinho, onde será exibido o documentário da PBL às 17h, seguida de apresentações artísticas de poetas e grupos soteropolitanos.
No dia 12 de abril, às 9h, haverá a audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado da Bahia com o tema Desafios da Literatura Periférica no campo das Políticas Públicas. A programação se encerra às 13h com uma visita a sede do Grupo de Arte Popular A Pombagem.
Periferia Brasileira de Letras
A Periferia Brasileira de Letras é uma iniciativa da Coordenação de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz que tem por objetivo estimular a participação social e a proposição de políticas públicas de coletivos literários periféricos para o campo da cultura e saúde, com enfoque no livro, leitura, literatura e bibliotecas. A PBL se organiza a partir de uma rede composta por coletivos literários que atuam em territórios de alta vulnerabilidade social. Com presença nacional, essa rede busca a territorialização de políticas públicas e a produção de conhecimento (pesquisas, seminários e publicações) sobre literatura em favelas e periferias brasileiras tendo, para isso, dois conceitos centrais para sua atuação: a Promoção da Saúde e a Promoção da Literatura.
Fazem parte da PBL: rodas de slam, batalhas de rima, bibliotecas comunitárias, editoras independentes, saraus e recitais poéticos, residências literárias, rodas de leitura, coletivos de teatro de rua e festivais literários; pois entende-se que as muitas formas de se organizar – e mobilizar pessoas – com a palavra poética levam para um mesmo sentido político: a ampliação da democracia dentro das favelas, vilas, comunidades e quebradas brasileiras; e, finalmente, dialoga com a proposição de Antônio Cândido, da defesa da literatura como um direito humano.
Cooperação Social da Presidência da Fiocruz
A Coordenação de Cooperação Social (CCSP) é o órgão da Presidência da Fiocruz que assume o compromisso de interagir com organizações da sociedade civil, movimentos sociais e o poder público para desenvolvimento de estratégias e iniciativas em escala local, regional e nacional que contribuam no enfrentamento e redução das desigualdades e iniquidades sociais em saúde.
Estarão presentes representações da Secretaria de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura (Minc); da Academia Brasileira de Letras da Bahia; Ministério da Igualdade Racial (MIR); Fundação Nacional de Artes (Funarte); Fiocruz Bahia; Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb); Fundação Pedro Calmon; entre outras lideranças políticas.