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Das 72.527 mortes ocorridas na Bahia entre 2012 e 2022, 90,7% (65.789) foram de pessoas negras, incluindo homens e mulheres. Em 2022, ano dos dados mais recentes divulgados pelo Atlas da Violência 2024, a Bahia registrou 6.776 homicídios, sendo 6.259 – ou 92% – de pessoas negras.Somente em 2022, a Bahia registrou 411 assassinatos de mulheres, gerando uma taxa de 5,3 homicídios por 100 mil habitantes do estado.

Desde 2020 a Bahia ocupa a liderança no número de homicídios de mulheres. Já entre os negros, houve aumento de 16,8% na quantidade de assassinatos nos últimos dez anos. Enquanto a taxa de homicídios de negros por 100 mil habitantes na Bahia foi de 51,6, a taxa de assassinatos de não negros por 100 mil habitantes foi de 14,7. Os dados são do Atlas da Violência 2024, divulgado na última terça-feira (18) e produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

O historiador Dudu Ribeiro, coordenador da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas (INNPD) e do Observatório da Segurança na Bahia, comenta que, essas mortes refletem a lógica de violência sistemática e a distribuição desigual de possibilidades de cidadania, alicerces da construção do estado brasileiro.