No dia 07 de julho, serão realizadas oficinas de xilogravura e desenhos para crianças e adolescentes, e no dia 14, para o público adulto, sempre das 14h às 18h, ministradas pelo gravurista baiano Bruno Costa. As atividades são promovidas pelo Acervo da Laje, espaço cultural e de pesquisa sobre o Subúrbio Ferroviário da capital baiana.
O artista gravador Bruno Costa vem ganhando destaque nos espaços de arte do Brasil, dos Estados Unidos, países da Europa e da África. Além das exposições, que são realizadas através de xilografia, serigrafia, calcografia e litografia, Bruno Costa também participa de eventos como instrutor de gravura.
Em Salvador- BA, peças do artista podem ser vistas na exposição do cine Glauber Rocha, na galeria permanente da Casa das Histórias de Salvador, no galpão das oficinas do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) e no Acervo da Laje.
A carreira de visibilidade iniciou a partir de 2022, quando começou a circular a sua arte no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM). De lá para cá, ele já coleciona diversas exposições. As obras do artista estiveram em espaços como o MAM BA; Sesc Pompéia, São Paulo (SP); Sesc Belenzinho, que fica também em São Paulo; na exposição do Instituto Itaú Cultural (SP); na galeria Solar Ferrão (Salvador), dentre outros.
No ramo da estamparia, Bruno Costa produz camisas com a temática racial. Como forma de resguardar a memória de um povo, através de máscaras, ele evidencia a história positiva dos países que foram escravizados e sequestrados no contexto da colonização.
Bruno Costa, que tem como uma de suas referências a literatura de cordel, destaca que todo o seu trabalho inicia com muita pesquisa e somente, depois, ele inicia a produção. “Há todo um planejamento, estudo e disciplina. Até o acabamento final de uma peça, eu preciso pensar nos mínimos detalhes, para que minha arte tenha uma identidade própria, original. Na execução, há todo um processo intelectual e de labor “, frisa.
O artista tem chamado a atenção de pesquisadores e estudiosos do meio artístico. Por exemplo, a antropóloga, pesquisadora e curadora de fotografia Goli Guerreiro diz sobre o candeeiro – gravura feita em pedra, que participou da mostra “tertúlias visuais”, exibida no MAM – que “não é à toa que Bruno Costa desenha candeeiro. Sua luz é inquieta e contínua, frágil e profunda. É um artista jovem, de estofo antigo, como as melhores coisas que a gente pode guardar”, pontua a estudiosa.
Bruno Costa, que é formado em Design pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb), dentre suas produções, também já desenvolveu estamparias e reestruturou a identidade visual da Katuka Africanidades, empresa soteropolitana de arte, moda e literatura. Como artista gráfico, pensando como designer, já produziu em diversas áreas. “Dentre outros, eu tenho muito orgulho de ter desenvolvido, por exemplo, a identidade visual da terapeuta holística decolonial Maíra Fróes.
O gravurista diz que o importante é começar, estudar e buscar novas parcerias. “Comecei participando de feiras, realizando trabalhos para empreendedores que fazem parte do meu ciclo de amizades e para pequenos negócios. Com a estamparia, eu iniciei bem cedo. Antes mesmo de me formar, eu vendia camisas pintadas por mim. Foi assim que eu fui adquirindo experiência e venho conquistando, hoje em dia, meu espaço”, declara.