O Coletivo Mulher Vida (CVM) realizou, no último dia 14, o seminário intitulado “Educação: um compromisso coletivo”. Identificar, Notificar e Acolher Crianças e Adolescentes em Situação de Violência Sexual”. A ação fez parte da agenda formativa do Coletivo Mulher Vida e teve como objetivo debater o fenômeno da violência sexual e como esse tema é abordado dentro do contexto educacional, evidenciando o papel da escola na proteção de crianças e adolescentes. O seminário aconteceu no Auditório da OAB/Recife Felipe Santa Cruz.

Participaram do primeiro painel – Violência Doméstica e Sexual: um desafio para os profissionais de educação 

Cinthia Sarinho líder de projetos da Fundação Roberto Marinho 

Domitila Andrade coordenadora do Programa de Saúde na Escola – SEAB/SMS

Joana de Farias Melo Chefe da Unidade de Educação para as Relações de Gênero e Sexualidades

Rosana França Assistente Social do Coletivo Mulher Vida 

O segundo painel foi comandado por: 

Corrine Sciortino Oficial de Proteção Contra as Violências do UNICEF no Nordeste 

Ilce Soares Psicóloga do NAAP – Olinda 

Yara Gonçalves Manolaque Secretária para Assuntos de Gênero do Sintepe 

Violência Doméstica e Sexual Contra Crianças e Adolescentes 

O que o contexto educacional tem a ver com isso? 

Sabe-se que os profissionais que atuam na educação lidam todos os dias com as transformações que passam as comunidades, as famílias e a sociedade, e isto não é fácil. Todos os dias diversos profissionais se dedicam a cuidar da infância e adolescência desse país e muitos são os desafios, inclusive para esse trabalhador e trabalhadora, que por vezes passa pelas mesmas condições que suas crianças e adolescentes. Então, se atuarmos em rede, se fizermos uma grande aliança para a proteção da nossa infância, ficamos mais fortalecidos para a nossa sociedade evoluir e conseguirmos reduzir a cultura de violência que tanto nos atinge.

A rede de proteção à crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência é um sistema integrado de atendimento especializado para garantir a prevenção primária, secundária e terciária. Deverá ser composta por órgãos de defesa, promoção e responsabilização municipal, estadual e nacionalmente. A Lei 13.431/2017, visa a construção de fluxos dos diversos órgãos para atendimento de vítimas e testemunhas de violência, o que fortalece a garantia dos direitos. Uma importante instituição desta rede é a escola, que é um ambiente que traz muitos desafios, positivos e negativos. Mas dentre esses, a pobreza, o desemprego, a saúde mental, violência urbana, uso e tráfico de drogas se apresentam de maneira intensa e bem peculiar. 

Então, é necessário que a escola dialogue sobre estes temas para a aprendizagem, pois o estudante é um ser social que precisa estar contextualizado ao ambiente em que vive. Muitas vezes, ao não tratar desses desafios, perde-se a oportunidade da escola contribuir com a transformação do estudante enquanto ser humano. 

A violência doméstica, por se tratar de uma prática cultural, envolve a participação da escola no enfrentamento a esse fenômeno diante da proposta de uma educação não violenta, que deve ser estimulada por todas as instituições que atuam com crianças e adolescentes. A cultura da violência precisa de tempo e esforço para ser transformada.