A Orquestra Iorubá de Pernambuco faz uma apresentação em conjunto com as crianças e adolescentes da Escola Municipal Monteiro Lobato, onde justamente acontece o show, nesta sexta-feira (29 de novembro), no bairro de Peixinhos (Quilombo do Catucá – Recife/PE),. Este espetáculo é uma culminância do projeto “Oficina e Concerto – Aula da Orquestra Iorubá de Pernambuco”, com realização no Nascedouro de Peixinhos. O objetivo desta atividade  de conclusão é visibilizar o protagonismo das pessoas da própria comunidade e bairros vizinhos e da escola.

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As crianças e adolescentes são a atração principal, com o desafio de reproduzir sons e ritmos adquiridos nas oficinas de canto, flauta doce e percussão. As vivências na “Oficina e Concerto- aula” foram facilitadas por diversas mãos pernambucanas: Maestro Parrô Mello, Mestre Maia, ambos líderes da Orquestra Iorubá de Pernambuco, a cantora e musicista Marcela Souza e os músicos Tiago Marques e Hudison Tálison.

Parrô Mello ficou à frente da coordenação do projeto e da oficina de flauta doce, em parceria com Tiago Marques, enquanto Mestre Maia e Hudison fizeram a facilitação dos encontros de percussão. Já Marcela Souza realizou as aulas de canto. Com todas as atividades gratuitas, a “Oficina e Concerto – Aula da Orquestra Iorubá de Pernambuco” foi contemplada no edital da Lei Paulo Gustavo Pernambuco (LPG), pelo município Recife, com o incentivo financeiro do Governo do Estado de Pernambuco por meio da Secretaria de Cultura do Estado (Secult-PE), via LPG direcionada pelo Ministério da Cultura – Governo Federal.

“A realização dessas atividades educativas é também uma celebração à memória, à música, à ancestralidade e ao saber do povo afro-brasileiro. A conclusão das oficinas traz essas pessoas da própria comunidade de Peixinhos (Quilombo do Catucá) e da escola para o centro da apresentação, juntamente com a Orquestra”, declara Parrô Mello.

Mais do que técnica musical, a formação artístico-cultural também tem como narrativa o legado, a identidade cultural e o resgate dos antepassados históricos, além do que existe de atual e de novo na arte e música pernambucana, sobretudo na cultura popular.

“Esses momentos possibilitam o pertencimento e a valorização das raízes da cultura negra e ancestral na comunidade, por meio de uma intervenção cultural de fortalecimento, para a formação de crianças e adolescentes dentro do próprio território quilombola, no Nascedouro de Peixinhos, onde tem uma escola nas proximidades”, acrescenta Mestre Maia.

Os oito encontros da “Oficina e Concerto- aula” totalizaram 32 horas/aula. Todas as atividades formativas deste respectivo projeto ocorreram às segundas, quartas e sextas-feiras na Escola Monteiro Lobato, como um espaço de resistência cultural e de criação de conexões.

“Em um “palco”de aprendizado para transformar vidas, num território cheio de histórias e desafios, as aulas foram um acesso e uma oportunidade à cultura para as pessoas da comunidade quilombola e bairros vizinhos. A Orquestra Iorubá de Pernambuco tem a consciência de que com arte-educação a identidade da cultura afrobrasileira, afroindígena e ancestral é fortalecida, atualizada e resgatada como memória e legado”, pontua Parrô.

Conexão Brasil-África

Em um dos encontros, articulado por João Monteiro, a delegação de Abomey, cidade do Benin, na África, vivenciou a ação formativa. K.L Antoine Djédou (prefeito de Abomey), Mr. Eric Dagba, Guy Mesmin Behanzin (da prefeitura de Abomey) e Dozo Malemba (tradutor) visitaram a escola Monteiro Lobato. Na ocasião, diversas apresentações foram realizadas, como circo, música, teatro, capoeira, e as audições dos alunos das oficinas da Orquestra Iorubá.

A vivência com as pessoas de Abomey, terra de reis e rainhas e com diversidade cultural do continente africano, trouxe a busca por um futuro mais ancestral com potência no campo da educação, da tecnologia e principalmente da cultura.