O Movimento Regenerativo Tempo de Plantar (@tempodeplantar2024) promoveu o “Dia de plantar 2024” no último domingo (01) com mutirões de plantios de árvores nativas do cerrado, no Distrito Federal. Segundo os organizadores, a meta é plantar dez mil mudas com a participação da população até o final das chuvas em março do próximo ano. As mudas, doadas pela Novacap, incluem frutíferas e espécies típicas do cerrado e são distribuídas com os voluntários dos mutirões. Em diversos locais do Distrito Federal já foram formados comitês de plantios, coletivos públicos, colaborativos e autogestionários, abertos à participação de qualquer pessoa. Para solicitar à adesão aos plantios, os grupos comunitários podem manter contato com o telefone (61) 9 9610-0912.

A ação reuniu voluntários, servidores públicos e coletivos comunitários. Em alguns locais do evento, os plantios contaram com o apoio do Instituto Brasília Ambiental- Ibram, Novacap, Secretaria de Governo do Distrito Federal, das Administrações Regionais, coordenado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

As unidades de conservação, bairros ou regiões administrativas do Distrito Federal que já estão mobilizados para os plantios são:  Parque Ecológico do Riacho Fundo, Arapoanga, Central de Águas Claras (Guará), Brazlândia, Ceilândia, Gama, Jardim Botânico , Jardim Mangueiral,  Bosque dos Escoteiros / Viveiros do Lago Norte QL 6, Parque das Garças, QL 4/6 Lago Sul, Lago Oeste (Sobradinho II), Parque Ecológico Burle Max/ Noroeste, Planaltina ,Parque Ecológico da Asa Sul, Parque Distrital do Recanto das Emas , Parque Ecológico das Sucupiras, Parque Ecológico do Jequitibá (Sobradinho II), Santa Maria, Parque Três Meninas (Samambaia) ,Parque Distrital de São Sebastião, Serrinha do Paranoá, Parque Ecológico do Tororó, Parque Ecológico do Taquari, Parque Ecológico do Varjão , Parque Bosque dos Pioneiros (Vila Planalto).

Zeus Siqueira, do Movimento Tempo de Plantar, deu suporte aos voluntários distribuindo substrato no Parque das Garças para adubar as mudas plantadas. “A ideia é fazer uma regeneração dessa região que é muito gramada, vamos fazer uma florestinha para proteger o lago e ter uma área de preservação para a vida nativa, passarinhos, e para nós termos um espaço legal para curtir”, informou. Sobre a adesão da comunidade ao movimento ele observa o aumento do interesse pelo trabalho voluntário, em cada região estão sendo formados grupos com famílias, crianças, idosos. Os membros do movimento se dividem para prestar apoio às ações em cada região administrativa ou bairro que já tem uma mobilização, incentivando a criação de novos grupos. 

Parque das Garças ameaçado

Como em outros parques distritais, no Parque Ecológico das Garças, no Lago Norte, criado Há 22 anos, a comunidade se reuniu para plantar cerca de 200 mudas, levando ferramentas, luvas, estacas e muita disposição para o trabalho conjunto, em família ou em pequenos grupos. 

As representantes do Coletivo Linhas da Resistência (@linhasdaresistencia) plantaram 23 mudas e expuseram os mantos e bottons bordados pelo grupo com temas da Campanha em Defesa do Parque das Garças.

Alexandre Luna, do Movimento Rio Aberto, morador do Córrego do Urubu, chegou cedo ao parque, de bicicleta, com sua esposa. “Quanto mais floresta para salvar o planeta melhor, quanto mais, terra, árvores, flores, melhora a qualidade do ar que está pedindo socorro, com o gás carbônico. Os carros emitem muitos gases, é hora de restaurar tudo para nos salvar. Temos de tomar consciência desde criança, as escolas têm de fazer esse trabalho de Educação Ambiental, Ecologia”, afirmou.  

O Movimento em Defesa do Parque das Garças (@parquedasgarcas) luta há cinco anos pela preservação do parque e  aproveitou o mutirão para divulgar o abaixo assinado contra o Plano de Ocupação da Terracap que prevê a construção de lojas e estacionamento no local. A proposta do grupo é que a comunidade seja ouvida e que seja elaborado um plano de manejo participativo para preservar o local. 

Doralvino Sena, um dos articuladores do movimento, criticou o plano do governo do Distrito Federal e explicou que a luta pela preservação do parque vai além de plantar árvores. “É inadmissível que a área que é de preservação, contenção e resistência seja exposta ao comércio e todos os malefícios que têm. Estamos discutindo isso na Câmara Distrital, no PDOT e há uma série de alternativas, a incorporação dessa área ao parque e que a gente construa um plano de manejo democrático e participativo. A comunidade quer e exige isso e vamos fazer essa defesa, vamos estar aqui sempre na luta”, ressaltou.

Técnicos do Ibram e o administrador do parque acompanharam as atividades de plantio no Parque das Garças para prestar apoio, dar manutenção às mudas plantadas e monitorar o combate às formigas