Nesta quinta-feira, 13, Willian dos Santos Teles, Psicólogo, homem Preto, 38 anos, praticante da religião de matriz africana (BABALAXÉ do Kanzua Amazi Cafungi Loya), e morador do Bairro da Paz, foi vítima de intolerância religiosa no Comando do 2⁰ Distrito Naval de Salvador. Ele esteve no local para entregar documentos, pois é militar reformado.

Após sair da sala de identificação, foi solicitado por um servidor civil, que William tirasse sua cobertura (boné), pois não é permitido a entrada no local com o adereço por se tratar de uma organização militar. “Informei ao mesmo que eu estava devidamente vestido com minha indumentária pois eu sou um homem de religião de Matrizes Africanas, Candomblé, e estava com obrigação recente feita, e que não podia tirar o meu boné”.

O servidor pediu para que William aguardasse pois ele iria contactar a oficial de serviço para saber qual procedimento adotar. Depois de muito tempo, o supervisor retornou sem informações, perguntando mais uma vez para William iria e o que iria fazer.

Novamente foi dito a sua necessidade. Em seguida, William, recebeu uma ligação informando que teria perdido o prazo e que infelizmente não teria mais condições de entregar os documento.

William Teles fez um boletim de ocorrência e vai participar de uma audiência nesta sexta-feira, 14, na sede da Coordenação Especializada de Repressão aos Crimes de Intolerância e Discriminação (COERCID).

Dias anteriores ele entrou no local com seu veículo, a esposa e o filho caçula, para um procedimento semelhante ao dia de hoje.

“Fiquei muito constrangido por meu filho mais velho que presenciou tudo o que aconteceu, e após sairmos do local meu filho me confessou que não está preparado para assumir as nossas descendência pois fica com muito medo de passar pelo o que eu passei ” Intolerância Religiosa ” e ” Discriminação Religiosa “.

Wiilian complementa: Eu sei que haverá várias situações serão apresentadas durante todo processo , mais não vou desistir e não vou renegar a minha religiosidade por conta de pessoas que são intolerantes.

E finaliza dizendo: Continuarei em minha militância e não aceitarei nunca que desfaçam dos meus e nem de nossa religião .

William Teles, popularmente conhecido como Abará, é mestre de capoeira, professor de jiu-jítsu, conselheiro tutelar e coordenador do Instituto Abelha Rainha.

Não conseguimos contato com a direção do Distrito Naval para ter a informação da instituição. Aguardando a nota oficial.