O Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais – CNPCT e o Ministério Público Federal – MPF, lançaram a Plataforma de Territórios Tradicionais. Uma ferramenta construída com a colaboração dos diversos segmentos tradicionais do estado brasileiro. A plataforma disponibiliza informações socioeconômicas, dados territoriais georreferenciados, histórias e reivindicações de áreas tradicionalmente ocupadas no Brasil. As informações são autodeclaratórias, e dão visibilidade a territórios tradicionais e demandas de PCTs. A Plataforma ainda contribui para prevenir ou mitigar violações a direitos humanos e cria uma base cartográfica capaz de identificar estágios de reconhecimento de territórios tradicionais.

Tô no Mapa

A Plataforma de Territórios Tradicionais e o Tô no Mapa possuem um acordo formal de integração de dados georreferenciados. O Tô no Mapa é um aplicativo gratuito de celular que permite a PCTs o automapeamento de territórios tradicionais e facilita o cadastramento das áreas ocupadas em uma base cartográfica. O cadastro pelo aplicativo pode ser feito na modalidade offline. Depois de finalizado o cadastro pelo Tô no Mapa, o cadastrante será convidado a incluir informações adicionais e enviar o cadastro também para a Plataforma.

O Tô no Mapa é parceiro da Plataforma no cadastramento de territórios tradicionais. O aplicativo público e gratuito é uma iniciativa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM, do Instituto Sociedade, População e Natureza – ISPN e da Rede Cerrado, em parceria com o Instituto Cerrados.

Espaços para relatar denuncias

A Plataforma disponibiliza link direto para a Sala de Atendimento ao Cidadão (SAC) , que consiste no canal de comunicação com o MPF. O SAC possibilita que o MPF receba representações, reclamações, denúncias, críticas, sugestões e elogios. Qualquer usuário/a pode cadastrar uma manifestação ou consultar uma em aberto. Denúncia ou representação a respeito de irregularidades, ilegalidades ou falta de atendimento a demandas públicas na comunidade deve ser efetuada via SAC para gerar um procedimento no MPF e desencadear a atuação de procuradoras e procuradores da República.

A Plataforma de Territórios Tradicionais é uma iniciativa coletiva e resulta da cooperação e ação conjunta de diversas organizações governamentais e não-governamentais.


Ministério Público Federal – MPF, hospeda e gerencia a Plataforma em conjunto com o Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais – CNPCT, e atua como organização mediadora na consolidação de direitos humanos e ambientais de Povos e Comunidades Tradicionais – PCT’s.

A Universidade Federal de Lavras – UFLA, entre 2018 e 2019, foi parceira junto ao MPF. Com apoio financeiro da Climate and Land Use Alliance – CLUA, desenvolveu e colocou no ar a primeira versão da Plataforma.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio em parceria com o projeto Territórios Vivos e o Ministério Público Federal, promove capacitações e intercâmbio de experiências sobre a Plataforma de Territórios Tradicionais e implementa medidas de desenvolvimento de capacidades organizacionais e o fortalecimento da gestão territorial para reforçar os direitos humanos e ambientais de povos e comunidades tradicionais. 
A Universidade de Brasília – MESPT/UnB, também soma-se a iniciativa. Em 2020, uma equipe do Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais (MESPT) da Universidade de Brasília, realizou a primeira ação de cadastramento de territórios tradicionais na Plataforma.
Outra organização é a Rede PCTs. Uma organização dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil. Atua pela defesa dos direitos humanos dos PCTs no nível nacional. No projeto Territórios Vivos, é a representante dos 28 segmentos de PCTs do Brasil.
Outra organização importante é a GIZ no Brasil. Desde 2021, a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit – GIZ – GmbH atua no projeto Territórios Vivos com o MPF e a Rede PCTs para o fortalecimento de competências no uso da Plataforma e na disponibilização de tecnologia de dados.

Para acessar à Plataforma, basta entrar no link https://territoriostradicionais.mpf.mp.br/#/

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Doté Olissassì
Graduado em Pedagogia, Pós-graduado em Gestão Pública Ambiental, Roteirista, Produtor Cultural, Comunicador e Consultor de Projetos. Autoridade Tradicional (Doté) da Fraternidade de Matriz Africana S'aganmà Zùn, Povo Tradicional de Matriz Africana Jeje Mahi. Coordenador Geral do escritório da Associação Mundial Naziafah no Brasil, Coordenador Nacional de Comunicação do Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana - FONSANPOTMA, Coordenador de Comunicação da Teia Nacional Legislativa em defesa dos Povos Tradicionais de Matriz Africana, Conselheiro Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais do Ministério do Meio Ambiente, Conselheiro Nacional de Igualdade Racial do Ministério da Igualdade Racial, Dirigente do Núcleo Nacional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana do Partido dos Trabalhadores, membro do Movimento Negro Unificado - MNU-RN, Coordenador de Comunicação e Consultor de Projetos da Associação Multicultural Azumatar, Coordenador Estadual do Setorial de Segurança Alimentar do PT-RN, Consultor Pedagógico da Antropos Consultoria Socioambiental, um dos autores do Livro Negritude Potiguar e Colaborador da Agência de Notícias das Favelas - ANF.