Os moradores da Comunidade do Campinho realizarão uma manifestação amanha, dia 1° de fevereiro, às 07 horas. Os moradores vêm sofrendo com a política de remoção da prefeitura do Rio de Janeiro. No caso da Favela do Campinho, as ameaças se referem às obras para a construção da Transcarioca, via projetada para ligar o aeroporto internacional à Barra da Tijuca. Como é prática corrente no munícipio, os moradores ficaram sabendo que estavam sendo alvo de despejo através dos meios de comunicação e a partir de boatos no próprio bairro.
Além disso, a prefeitura se nega, assim como em outros casos na cidade, à fornecer o projeto. Importante lembrar também que em nenhum momento os moradores desta comunidade foram consultados sobre a obra, muito menos participaram da elaboração do projeto. Sabe-se apenas que a prefeitura quer construir, próximo à comunidade, um mergulhão no entrocamente entre as avenidas Intendente Magalhães e Ernani Cardoso e as ruas Candido Benício, Domingos Lopes. Para quem conhece a área, não há motivo razoável para retirar a comunidade.
Mesmo assim, iniciou um processo de pressão e ameaças aos moradores para que estes saissem. Inicialmente, como os moradores ocupam uma área particular, a prefeitura não ofereceu nenhuma alternativa. Após os moradores se organizarem e acionarem a Defensoria Pública, surgiu a “alternativa” de uma casa no bairro de Cosmos. Os moradores questionaram a alternativa, por considerá-la insuficiente e por provocar alterações profundas em suas vidas, como o risco de muitos perderem o emprego ou, para os que trabalham informalmente, perderem a oportunidade de obterem renda numa região movimentada e de ampla circulação como a de Madureira/Cascadura. Mas a prefeitura iniciou o procedimento de despejo, de maneira irregular, fazendo ameaças e dizendo que se os moradores não aceitassem, não ganhariam mais nada. Quem se recusar, será retirado à força e seus pertences jogados na rua.
Por conta de toda essa arbitrariedade, os moradores decidiram realizar um protesto e gostariam da participação dos companheiros de outros movimentos sociais e comunidades da cidade.
É preciso barrar a política de remoções da prefeitura. A Copa do Mundo e as Olimpíadas não podem ser usadas para limpar a cidade dos pobres!
Fonte: Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência