É ruim  demais ver essas favelas elitizadas, o Estado nunca deu atenção às favelas.  Se formos analisar desde dos tempos de sua formação com os cortiços, nossas políticas públicas sempre foram voltadas para a exclusão desses moradores, sejam elas com ações anti-sanitaristas ou de segurança pública. As  favelas sempre ficaram à margem da sociedade e nunca foram objeto de estudo de nenhum movimento político.  Sempre se falava em debates operários, formação de organizações partidárias e do movimento fabril, mas a favela sempre ficou sob o ângulo marginalizado e fora do processo de formação social do Brasil e do Rio de Janeiro.  Agora me pergunto: Por que está sendo tão rápida essa forma de estudo? Qual a finalidade desses estudos? Será que só agora a  favela foi descoberta?  Será que só agora ela participa da formação social da nossa cidade? Tenho certeza que não. O interesse pela favela vem se acentuando a cada dia, mas esse interesse de que falo é  o interesse mercantil, em que a favela fica elitizada e com poucas opções para os moradores, fato esse que ocorre com frequência  nas comunidades localizadas na Zona Sul do Rio de Janeiro onde o Estado é de certa forma “mais” presente que em outros locais. Mas por que essa diferenciação entre as favelas?  A resposta está  na sua localidade, é bem melhor o poder público intervir, de certa forma, mais energicamente nesses locais do que fazer um processo de intervenção  amplo como ocorreu   nas comunidades pacificadas da Zona Sul.  Vê-se de certa forma uma aparato  maior  e mais firme nessas favelas onde existe uma grande  concentração de investimentos  que se dá através  de ações privadas e não estatais.  Outro ponto que deve ser destacado nessa análise é a forma como a polícia é preparada para tais intervenções, não existe um despreparo da nossa instituição, mas sim um outro tipo de preparo para intervir  nessas comunidades.  A falta de respeito com os moradores, a falta de diálogo  traduz essa despreocupação que o poder público tem com as zonas periféricas; seu interesse é apenas mercantil  e de certa forma privado, pois toda iniciativa de melhoria nas comunidades pacificadas  se dá através de discussões entre o  estado e ele mesmo e não existe um debate amplo com os que ali habitam, pois de certa forma as futuras melhorias não são para os que ali residem, mas sim para quem ali frequenta e é de fora.

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