Essa semana participei do Rio Social Inverstor Day, evento realizado pelo IPP – Instituto Pereira Passos, que por sua vez faz a gerência da UPP Social. A ideia do evento é mostrar que as favelas pacificadas são lugares pacíveis de investimentos e que tem uma população consumidora que tem atraído centenas de empresas. Ouvi a fala da presidente do IPP e do Coronel Frederico Caldas, o comandante das UPPs, que representou o secretário de segurança, que não pode comparecer ao evento. Fiquei um pouco estarrecido ao ouvir alguns números, como o de sete bilhões de reais que o governo do estado tem investido para a segurança. Também com o número de mais de oito mil policiais destacados para as UPPs. Fico pensando se de fato é necessário transformar o estado do Rio em um estado policial? Se é necessário tanto aparato, ou se não deveríamos investir mais em educação do que em segurança? De fato, as UPPs devolveram à população o direito de ir e vir, mas temos que perceber que as práticas policiais continuam as mesmas, como pudemos ver no caso do Amarildo, do rapaz morto em manguinhos, do tiroteio no pavão-pavãozinho e tantos outros casos que temos acompanhado, demonstrando assim que não são casos isolados mas que as velhas práticas não mudaram.
Não pude deixar de me manifestar após a intervenção do comandante das UPPs sobre um comportamento que tenho observado em diversas favelas: Entra a UPP e a UPP Social e as lideranças legítimas das favelas não são procuradas ou são colocadas de lado, dando lugar para a liderança dos comandantes das UPPs locais, que não tem a prerrogativa de ser um líder natural dessa favela. Deixei então naquele evento minha contribuição para que seja observado esse comportamento e que isso possa ser melhorado, para o bem das UPPs e principalmente para o bem dos moradores de nossas favelas.