O mapeamento também traz informações a respeito das ações desses veículos em relação ao racismo
No próximo dia 28 de agosto, quinta-feira, acontece o seminário de lançamento da publicação “Direito à Comunicação e Justiça Racial”, no Centro de Artes da Maré. O encontro contará com convidados de referência na discussão, como Sueli Carneiro, do Portal Geledés, o cineasta Joel Zito Araújo e o pesquisador Marcelo Paixão.
Uma iniciativa do Observatório de Favelas, financiada pela Fundação Ford, o programa Direito à Comunicação e Justiça Racial é um mapeamento dos veículos de comunicação alternativa da região metropolitana do Rio de Janeiro. Também foram pesquisadas organizações da sociedade civil que têm como foco principal a questão racial, com o objetivo de entender como estes veículos articulam comunicação e ações de enfrentamento ao racismo, a partir dos projetos e atividades desenvolvidas.
Segundo o Censo 2010, o Brasil é composto 47,7% de brancos e 50,7% de negros. Considerando a população das favelas, essa proporção muda radicalmente. Nestes espaços, são 68,3% de negros contra 30,5% de brancos. No país, enquanto os homicídios de homens brancos vêm caindo ao longo dos últimos anos, com os negros ocorre o inverso. Apesar dos dados, a violência e a injustiça racial pouco sensibilizam a sociedade. Essa constatação motivou a criação do projeto, que aposta no direito à comunicação – de produzir e difundir narrativas – como forma de romper o círculo de violência simbólica e física do racismo.
Na pesquisa, foram levantados dados relacionados à tiragem, acessos mensais, interatividade, periodicidade de alimentação, distribuição, gratuidade, tempo de funcionamento, tamanho e perfil da equipe, participação dos jovens, questão racial na pauta dos veículos, entre outros. Com relação à questão racial, o estudolevantou que menos da metade dos veículos debatem o tema nas pautas.
A publicação mapeou 118 veículos alternativos/comunitários/populares na região metropolitana do Rio de Janeiro, entre abril de 2013 e abril 2014. Dos 70 que responderam ao questionário, 18 se definem como veículos de redes sociais online, 18 como páginas na internet, 8 como jornais, 6 como rádios, 13 como blogs, 2 como TVs, 2 como revistas, 1 como boletim eletrônico,1 como web-rádio e 1 como web-TV.
No primeiro levantamento de veículos de comunicação popular na região metropolitana do Rio de Janeiro realizado pelo Observatóriode Favelas, em 2011, os veículos digitais representavam 55% do total, contra 45% de mídias impressas, radiofônicas e audiovisuaistradicionais. Hoje, a proporção dos primeiros chega a 74% do total, enquanto a dos últimos é de apenas 26%. Também no primeiro levantamento, a categoria Redes Sociais não figurava como tipo de veículo, já no segundo se tornaram a plataforma principal.
Seminário Direito à Comunicação e Justiça Racial:
Programação:
14h: Mesa 1 – Lançamento da pesquisa Direito à Comunicação e Justiça Racial
– Observatório de Favelas
– Fundação Ford
16h: Coffee-break
16h30: Mesa 2 – Diálogos sobre Comunicação e Racismo
– Sueli Carneiro (Portal Geledes)
– Joel Zito Araújo (Cineasta)
– Marcelo Paixão (LAESER/UFRJ)
18h30: Festa de Encerramento
Distribuição da publicação
Show com Devotos de Marley
Coquetel