As vítimas do massacre de Eldorado dos Carajás, que completa 15 anos no próximo dia 17, foram homenageadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), nesta quinta-feira (14/04), no plenário da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Integrantes do MST realizaram uma teatralização do conflito, que matou 19 sem-terras no sul do Pará, em 1996, durante o evento em que receberam a Medalha Tiradentes. A iniciativa de conferir ao movimento a maior comenda do Parlamento estadual foi do deputado Paulo Ramos (PDT), que na solenidade defendeu o MST e a necessidade de realizar a reforma agrária no Brasil.
“A medalha tem um simbolismo, que é a referência libertária do povo brasileiro. O MST reúne a memória de todos que morreram na luta pela liberdade”, declarou o pedetista. Coordenadora do MST, Marina dos Santos emocionou-se ao receber a insígnia e se lembrou das vítimas dos conflitos no campo nas últimas décadas. “Essa é uma homenagem a todos os que lutam e lutaram pela reforma agrária em todo o Brasil. Todos nós do MST vamos continuar a lutar pela terra até o fim”, assegurou. Em retribuição, Marina entregou uma bandeira do MST a Paulo Ramos.
Para a deputada Inês Pandeló (PT), a homenagem é importante porque traz o debate da reforma agrária para dentro da Alerj. “É uma vergonha o nosso País ainda não ter feito a reforma agrária. A iniciativa é importante para pôr na pauta da Casa essa discussão”, defendeu. O deputado Marcelo Freixo (PSol) lembrou ainda da luta contra o trabalho escravo no estado. “A homenagem tem que trazer para o Parlamento não só o debate sobre a reforma agrária, mas também sobre o trabalho escravo no Rio, que foi recordista dessa prática em 2009”, revelou.
Na homenagem, estavam presentes os deputados Gilberto Palmares (PT), Robson Leite (PT) e Jânio Mendes (PDT), além do cônsul da Venezuela no Brasil, Ricardo González; de Sidney Pascotto, representante do Conselho Regional de Economia; e do coordenador do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro), Emanoel Cancela.
Fonte: Assessoria de Comunicação da ALERJ, com texto de André Coelho.