Nesta manha de sábado, dia 04 de Junho de 2011, o Governo do Estado do Rio de Janeiro dá mais um exemplo de sua natureza autoritária, que pretende resolver todas as contradições sociais na base do tiro e da porrada.
Desta vez a situação parece ser mais grave. Se, antes, o Estado agredia e esmagava professores, estudantes e demais trabalhadores em protestos e reinvindicações justas, desta vez ele utiliza uma força de segurança, a Polícia Militar, para reprimir violentamente uma outra força de segurança, o Corpo de Bombeiros.
Estudamos nos livros que a ditadura, um dos piores períodos do país, acabou em 1985. Mas, se compararmos certas coisas que acontecem hoje com fatos do final da década de 1960, fica claro que a ditadura ainda persiste de maneira velada no Estado do Rio. Por trás da suposta legitimidade democrática, persiste na mentalidade do governador e dos chefes de segurança pública a mesma mentalidade da OBAN, do DOPS, de resolver tudo no pau.
Cabral Filho, quem diria, parece se inspirar mais em Médici do que em seu próprio pai, Sérgio Cabral, um dos fundadores do Teatro Casa Grande, teatro que se tornou ícone da resistẽncia cultural e artística no final dos anos 1960. Que vergonha, Cabral, que vergonha!