Algumas pessoas de Maringá, onde morei, até hoje parece que não sabem que voltei para o Rio. Outras pessoas aqui do Rio, conhecidas mas não tão próximas, me perguntam isso também! E por isso resolvi escrever sobre.

Hoje está completando um ano que voltei para o Rio de Janeiro!

Resolvi sair do Rio porque havia acabado de ter a Kauanne, minha filha mais nova. Depois de mais de uma década dedicada ao trabalho nas favelas, decidi que precisava saber melhor o que é ser PAI. Infelizmente meus outros dois filhos não puderam ter essa mesma oportunidade, coisa que tenho procurado fazer mais e melhor agora (lembrem-se pais, nunca é tarde!).

Saí daqui com algumas parcerias importantes, sem as quais tudo seria muito mais dificíl. Entre elas posso citar a mãe de minha filha Kauanne, Caio Fábio, meu pastor, Kiki Moretti, minha mantenedora, e Talys Mota que ficou aqui no Rio sustentando a idéia da ANF.

Em Maringá minha intenção era ficar na JOCUM, porém posso dizer que não me readaptei ao modelo JOCUMEIRO de ser.

Mesmo estando no Paraná, vinha ao Rio periodicamente para tentar resolver problemas da ANF. Tínhamos uma dificuldade, pois o pessoal que havia se agregado em torno da idéia desconhecia completamente os trâmites para termos nosso CNPJ. Então juntamos uma diretoria com nomes que comporiam esse quadro até que pudessemos organizar melhor a instituição.

Em Maringá, para que pudesse ter continuado lá, algumas pessoas foram essenciais, entre as quais destaco Ariovaldo Ramos e Wilson de Matos. Após muitas dificuldades de se estar em uma terra que não é a sua, longe de parentes e amigos de toda uma vida, acabei me separando de minha esposa. Ainda separado, sem a esposa e filha que tinham ido embora de Maringá, permaneci ainda fazendo minha faculdade de jornalismo onde havia ganho uma bolsa integral para tal.

Conseguimos um contador para a ANF através do Marcos Salomão, um irmão que trabalhou comigo na VINDE, que disponibilizou seu contador para tomar conta dessa parte burocrática, pagando inclusive as custas cartoriais.

Percebi então que precisaria voltar para o Rio se quisesse ver a ANF funcionando. Foi nesse momento que pensei: "O que me prende agora em Maringá? Já que vim para cá por conta da família? Quanto a faculdade, termino em qualquer lugar!

Enviei então todas as coisas que eu e minha ex-esposa tínhamos adquirido (movéis e utensílios) e voltei para o Rio com meus livros, minhas roupas, meus documentos e papéis (não poucos) e muita disposição.

Ao chegar mesmo tendo toda minha família aqui, não quis incomodar, fiquei um tempo dividindo um apartamento bem em baixo da Mangueira, região conhecida pra mim. De agosto à dezembro fiz algumas coisas, entre elas posso dizer: centenas de contatos por conta da ANF, campanha eleitoral (coisa que dificilmente farei novamente) e mesmo sem poder… ajudei pessoas!

No fim do ano precisava recarregar as baterias: tinha que ver minhas filhas! Viajei para passar as festas com elas e voltei em janeiro para recomeçar a batalha. Chegando ao Rio fiquei hospedado por um tempo na casa de uma irmã do Caminho que me ajudou como poucas pessoas fariam.

Conheci então no início do ano Eliane Martins, que se tornou parceira em muitas coisas, tendo inclusive sido uma das pessoas responsáveis pela existência desse blog.

Conseguimos com vários apoios, colocar no dia 19 de julho, o novo site da ANF no ar ( http://www.anf.org.br/ ), bem como realizar o primeiro debate de lançamento do novo site. Entre esses apoios posso citar o sociólogo Caio Ferraz que participou do debate, bem como contribuiu financeiramente.

Agora que todos que não sabiam estão cientes que estou de volta ao Rio, coloco para você a seguinte pergunta: Que papel você terá na história? Como você será lembrado?

JUNTE-SE A NÓS!

André Fernandes
ANF – AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DAS FAVELAS