Estamos chegando a mais um Dia Internacional da Mulher. Neste ano, a data não será apenas um dia de comemoração, mas de lutas no mundo todo.
Para os que não sabem, o Dia Internacional da Mulher é um símbolo de resistência e luta por direitos iguais. Talvez, seja uma das primeiras ações daquilo que viria a ser o movimento feminista. Se, hoje, o 8 de Março é comemorado no mundo todo, isso se deve e muito à atuação das mulheres socialistas. O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, por iniciativa do Partido Socialista da América, em memória ao protesto das operárias da indústria do vestuário de Nova York contra as más condições de trabalho, mortas em conflito com as forças policiais após um incêndio.
Na Rússia, as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram o estopim da Revolução de 1917. Em 8 de março daquele ano (23 de fevereiro, pelo calendário juliano), a greve das operárias da indústria têxtil contra a fome, contra o czar Nicolau II e contra a participação do país na Primeira Guerra Mundial precipitou os acontecimentos que resultaram na Revolução Bolchevique.
Ou seja, a participação das mulheres na história da humanidade é muito marcante. Apesar dos registros históricos sempre colocarem o homem como principal protagonista da história da humanidade, a atuação delas é essencial. Mas há ainda muito pelo que lutar. Em países africanos e muçulmanos, as mulheres ainda são tratadas como pessoas de segunda categoria. Há ainda culturas que extirpam o clitóris da mulher para suprimi-la de sentir prazer. Outras culturas hindus e muçulmanas mais radicais as obrigam a cobrir todo o corpo com burkas, além de ainda existirem países onde é comum o apedrejamento de mulheres em caso de adultério.
E no Brasil? Nosso país é um dos campeões mundiais em matéria de violência contra as mulheres. O mais assustador é que mais da metade dos atos violentos sofridos por elas acontecem pelas mãos de pais, irmãos, maridos e filhos! Em 2015, mais de 5.000 mulheres foram assassinadas no Brasil, sendo que 33% destes crimes foram praticados por parceiros ou ex-companheiros. As mulheres negras são as maiores vítimas dessa violência sem fim.
Nossas mães, irmãs, primas, amigas e namoradas recebem bem menos que os homens e ocupam apenas 10% dos cargos considerados importantes. Trabalham igual ou mais e recebem 25% a menos em média. O Governo Federal ainda pretende fazer uma reforma na Previdência que pretende fazer com que a mulher trabalhe ainda mais para conseguir a aposentadoria.
Para lutar contra esse quadro de conservadorismo e retrocesso, as feministas de todo o país estão organizando atos com o tema “Nenhuma a Menos”. Aqui no Rio de Janeiro, o evento acontece na Candelária, a partir das 16h. O protesto é contra as reformas da Previdência e Trabalhista e o chamado Pacote de Maldades do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Mulheres, homens, LGBTs: todos estão convidados!